Carômetro da F1: Fernando Alonso

O bicampeão em busca de mais

Fernando Alonso é hoje o piloto mais velho em atividade da Fórmula 1. Em um esporte tão disputado e com pilotos cada vez mais jovens, o espanhol de 41 anos não deixa a desejar quando o quesito é velocidade. E talvez no quesito reclamação também não, ele é famoso por não ser tão gentil nos rádios com equipe quando não está satisfeito com algo.

Mas reclamações à parte, Fernando é um dos maiores talentos da F1, e fez parte de grande momentos da categoria.

A velocidade entrou na vida de Alonso quando ele tinha apenas três anos e ganhou de presente do pai um kart construído pelo mesmo. E aos sete anos veio o primeiro campeonato. Em 1989 foi campeão de kart das Astúrias e Galiza.

Avançando até 1993, Fernando foi campeão nacional na categoria cadete, feito que repetiu no ano seguinte e que lhe deu a oportunidade de disputar o campeonato nacional em 1995. O título mundial daquele ano ficou para Kimmi Raikkonen, quem Alonso encontraria anos depois na F1, e o espanhol foi o terceiro.

O título mundial veio em 1996, ano que ele também foi campeão nacional, do Troféu Festival da Itália e do Grande Prêmio de Malboro. Já em 97 ele vence os campeonatos da Espanha, Itália e da Europa na Categoria Internacional.

O primeiro contato de Fernando com a F1 acontece em 2001 quando ele foi anunciado pela Minardi. O carro não era dos mais rápidos do grid, mas o talentoso Alonso deixou sua primeira marca com uma pilotagem brilhante no GP do Japão, batendo vários carros superiores e terminando em 11º. E então garantiu uma vaga de piloto reserva em uma equipe melhor, a Renault, para 2002. Na temporada seguinte foi promovido a titular na equipe francesa.

E aos 21 anos, sete meses e vinte e seis dias, na segunda corrida de 2003, ele se tornou, até então, o piloto mais jovem a conquistar uma pole position, no GP da Malásia. E no mesmo ano também foi o piloto mais novo a ganhar um grande prêmio, o Grande Prêmio da Hungria, com vinte e dois anos e vinte e seis dias. Ambas as marcas depois foram batidas por outro grande campeão, Sebastian Vettel.

O último ano do motor V10 na F1 viu Alonso entrar para o hall de campeões da categoria. Com sete vitórias e mais oito aparições no pódio, o espanhol conquistou seu primeiro título em 2005. No ano seguinte, com o novo motor V8 e mais disputas intensas com Michael Schumacher, Fernando garantiu o bicampeonato.

E depois de duas grandes conquistas com a Renault, ele decidiu que era hora de mudar e em 2007 foi para a McLaren, onde teve como companheiro o novato Lewis Hamilton. Alonso e Hamilton protagonizaram disputas intensas, que resultaram no único título do finlandês Kimmi Raikkonen da Ferrari. Ao final da temporada, o espanhol decidiu voltar a Renault.

As duas temporadas (08 e 09) com a equipe francesa renderam apenas duas vitórias e em setembro de 2009 Alonso foi anunciado pela Ferrari, com um contrato de três anos, começando em 2010.

Logo no primeiro ano na escuderia italiana, Fernando venceu o GP de abertura da temporada no Bahrein. Naquele ano ele ainda venceu na Alemanha, Itália, Singapura e na Coréia do Sul. Quando a F1 chegou a Abu Dhabi para a última corrida do ano, Alonso liderava o campeonato, mas um erro de estratégia da equipe tirou o título dele, e Sebastian Vettel venceu a corrida e o campeonato.

A temporada seguinte foi menos brilhante, e ele venceu apenas a corrida na Inglaterra, mesmo assim assinou uma extensão de contrato até 2016 com a equipe de Maranello. 2012 foi um ano melhor, com três vitórias e mais 10 pódios, que renderam a ele o vice-campeonato.

As duas temporadas seguintes não foram das melhores, e Alonso se viu envolto em polêmicas com mais um companheiro, dessa vez o brasileiro Felipe Massa. Massa acabou trocando a Ferrari pela Williams no final de 2013, enquanto Fernando ainda ficou na equipe italiana até o fim de 2014, quando a Ferrari optou por encerrar o contrato do espanhol.

O fim do romance com a Ferrari trouxe Alonso de volta à McLaren, mas parceria com a equipe inglesa não foi de sucesso, apesar de durar de 2015 até 2018. Descontente com a F1, o piloto começou a explorar outras categorias ainda em 2017. Ele participou das 500 milhas de Indianápolis com a própria McLaren, e chegou a liderar 27 voltas, porém com 21 voltas para o fim teve que abandonar a disputa por problemas no motor. Ainda assim, foi eleito o rookie do ano.

Em agosto de 2018, ele anunciou sua aposentadoria da Fórmula 1. Ainda naquele ano, ele participou das 24 horas de Daytona, em preparação para as 24 horas de Les Mans, que ele disputou em 2019.

O notícia da retorno de Fernando à F1 veio em julho de 2020, quando ele foi confirmado pela Renault para 2021. Mesmo depois de dois anos afastados da categoria, o espanhol estava no topo da forma. Durante a temporada de 21, ele esteve regularmente na zona de pontuação e conquistou um pódio, foi o terceiro colocado no GP do Catar.

Na temporada de 2022, Alonso também foi presença regular entre os 10 mais rápidos, pontuando em 13 das 22 corridas. Ele terminou o ano na nona posição no campeonato de pilotos, melhor posição desde a sexta colocação com a Ferrari em 2014.

Com a aposentadoria de Sebastian Vettel no final de 22, o espanhol foi anunciado pela Aston Martin ainda em agosto, para ser o companheiro de Lance Stroll a partir de 2023.

Com mais de 20 anos de experiência, e em uma nova equipe, Alonso não parece estar pronto para a aposentadoria tão cedo. Basta ver como a parceria com a Aston Martin vai se desenrolar ao longo deste ano.