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Fórmula 1

Segunda Bandeirada #01: Fórmula Verstappen

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Max Verstappen venceu o Grande Prêmio da Bélgica com a facilidade corriqueira da atual temporada. Oitavo triunfo seguido, restando apenas mais um para igualar o recorde de Sebastian Vettel de nove vitórias consecutivas. Spoiler nada surpreendente: ele vencerá na Holanda e conseguirá tal feito. Nada do que se viu até aqui dá esperança aos adversários.

A vitória com 22s de vantagem foi categórica. Não menos emblemática foi a sua volta no qualy: Verstappen foi 0s820 mais rápido que o segundo colocado, Charles Leclerc. O monegasco da Ferrari herdou a pole com a punição do holandês por trocar um componente no carro, mas a certeza de que o bicampeão venceria sem grandes dificuldades era geral no paddock.

Largada dada, entrevero feito: Carlos Sainz fechou Oscar Piastri e ambos abandonaram a prova. O espanhol da Ferrari até seguiu mais tempo na pista, mas a avaria no seu SF-23 provocou danos aerodinâmicos irreversíveis. Uma pena para o piloto da McLaren, que vinha de ótimas corridas e poderia brigar novamente pelo pódio. Na Fórmula Verstappen, é quase uma vitória.

O bicampeão tratou de superar logo seus adversários com a impaciência e o vulcanismo que lhe rendeu fama e glória. Alcançou a segunda posição com o companheiro na ponta. Sergio Pérez liderava tranquilamente, mas a partir da primeira parada, seu rendimento caiu bruscamente. O mexicano não conseguiu manter a dianteira com os pneus médios, constituindo a oportunidade perfeita para Verstappen assumir sua merecida posição.

Merecida por vários fatores: é o melhor piloto do grid, guia o melhor carro e está em uma fase incrível. Ganhar com uma diferença de 33s na Hungria – circuito extremamente travado – sem parada adicional do segundo colocado e fazer uma pole com quase 1s de vantagem não são feitos para qualquer um. Se o RB19 é um foguete imparável, vale lembrar que outro piloto também o guia. O porquê de Pérez não fazer o mesmo que Verstappen, independente das motivações para tal, basta para reconhecer a qualidade do bicampeão.

Aos adversários, resta lutar pelo pódio. A briga pelo status de segunda força da F1 está interessante. No começo do ano, a Aston Martin ocupava tal posto incontestavelmente – com todos os louros indo para Fernando Alonso, uma vez que a contribuição de Lance Stroll ao time britânico é praticamente nula. A equipe esverdeada teve uma queda notável de performance, com a Mercedes tomando seu lugar após uma interessante evolução com o W14B. Após o GP do Reino Unido, foi a vez da McLaren surpreender e demonstrar um desempenho acima das concorrentes pelo segundo lugar. Agora, foi a vez da Ferrari com Leclerc no pódio que deve ser muito comemorado – afinal, o time de Maranello não é nem de longe o que foi no começo do ano passado.

O novo regulamento deu certo no meio do pelotão. É notória a alternância de forças abaixo da Red Bull. A impressão contrária se deve ao fato de estarmos acostumados a vencedores mais alternativos, tais como o próprio time taurino no começo da parceria com a Honda e outros mais surpreendentes ainda, tais como Pierre Gasly de AlphaTauri (Monza 2020), Sergio Pérez de Racing Point (Sakhir 2020) e Esteban Ocon de Alpine (Hungria 2021). Creio na aproximação dessas equipes no topo, mas não será agora.

Enquanto a hora não chegar, a Fórmula 1 continuará a Fórmula Verstappen. E, mesmo que alguém consiga dar o pulo do gato e entregar um carro capaz de brigar com a RBR, creio ser muito difícil desbancar o holandês. Não apenas por ele ser um piloto talentoso, veloz e muito perspicaz na hora de fazer o que deve ser feito. Ele tem um preparo psicológico para enfrentar qualquer adversidade. Isso o coloca em outra prateleira. O batismo de fogo fui disputar o título pela primeira vez contra um heptacampeão com um carro tão bom quanto o seu. Depois de conseguir aquilo que era sonhado desde o começo da carreira, Verstappen relaxou, deixou de lado a afobação de outrora e guiou com a sensação de não dever nada a ninguém.

Quem quiser destronar o bicampeão vai ter que guiar muito. E contar com uma máquina decente. Talento no grid atual não falta, o que pega mesmo é ter carro a altura. Mesmo assim, nada garante que o holandês não tire isso no braço. Teremos Fórmula Verstappen por um bom tempo.

 

 

Foto: Francois Nel/Getty Images/ Red Bull Content Pool

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