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Automobilismo

Sérgio Perez está na briga pelo título – e a Red Bull precisa lidar com isso

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Foto: Reprodução/ esportenewsmundo.com.br/ Sérgio Perez

 

Os prognósticos da disputa pelo título na Fórmula 1 estavam quase todos apontando por um duelo exclusivo entre Max Verstappen e Charles Leclerc. Enquanto o holandês da Red Bull empreendeu uma boa recuperação após os abandonos no Bahrein e na Austrália, o monegasco da Ferrari viu sua vantagem no campeonato virar pó com o abandono na Espanha e a estratégia equivocada da equipe em Mônaco. Todos olhavam para ambos até a corrida no principado.

Pois bem, a situação mudou um pouco com o GP de Mônaco. A vitória de Sérgio Perez após uma performance convincente colocou o mexicano em condições de brigar pelo título junto com seu companheiro, Max Verstappen. Entre os dois, 15 pontos. E uma dúvida que certamente está na cabeça do fã de F1: como a Red Bull irá lidar com essa situação? Estamos todos curiosos para saber o modus operandi da equipe austríaca se tal situação realmente acontecer.

A Red Bull só viu uma disputa doméstica pelo título apenas uma vez, quando Sebastian Vettel e Mark Webber duelaram até a última corrida em 2010. Uma relação tensa entre dois, com direito a um acidente bizarro entre ambos no GP da Turquia – quando Vettel tentou uma ultrapassagem e provocou o toque que o tirou da corrida. E também com a equipe austríaca tendo uma preferência clara pelo alemão, que viria a ser campeão naquela temporada e nas três subsequentes.

Outro ponto bastante tenso nessa relação foi o GP da Malásia de 2013. Webber vinha fazendo uma corrida bastante sólida depois de largar em quinto e assumir a ponta até Vettel fazer uma parada e voltar bastante forte. A Red Bull emitiu uma ordem para Vettel não o ultrapassar, o famoso código ‘’Multi-21’’. O tetracampeão ignorou a ordem e ultrapassou o companheiro, vindo a ganhar a corrida. Webber ficou indignado e fez questão de receber a bandeirada o mais distante possível da mureta dos boxes.

Se a Red Bull acha que pode fazer o mesmo com a atual dupla de pilotos, cometerá um equívoco brutal. Max Verstappen é o piloto número um da equipe, tem um carro projetado para o seu estilo de pilotagem e possui a predileção de Helmut Marko, mas ele não tem a companhia de um pé de chinelo. Se Pierre Gasly e Alexander Albon não mostraram desempenho suficiente para permanecer na equipe, Sérgio Perez faz um trabalho belíssimo. E não é de hoje.

O mexicano demorou para entender o carro da Red Bull – um dos mais ariscos do grid – e se adaptar ao novo time em 2021. Mas superou as dificuldades iniciais e logo começou a frequentar constantemente o pódio, além da incrível vitória no Azerbaijão. Longe da disputa pelo título, coube a Perez ser o fiel escudeiro de Verstappen. E ele foi justamente no momento crucial da temporada: no GP de Abu Dhabi, Perez segurou Hamilton por um bom tempo e fez a vantagem que o heptacampeão tinha em relação a Verstappen virar pó. Sem sombra de dúvidas, tal guiada defensiva fez toda a diferença no resultado final e ajudou Max a conquistar o tão sonhado título.

A temporada de 2022 ainda apresenta um Verstappen mais rápido que Perez, mas a pontuação mais parelha retrata fielmente a tônica do ano. O mexicano vem guiando em alto nível e apresenta uma regularidade bem maior em comparação com 2021, o que o deixa em condição de disputar o campeonato. Max ganhou quatro corridas, é o líder e é mais piloto também. Mas isso não tira as chances de Perez: Hamilton também era mais piloto que Rosberg, e ainda assim o alemão triunfou em 2016.

Além disso, seria ruim para o esporte um favorecimento a Verstappen em caso dos dois pilotos da Red Bull chegarem em condições de disputar o título. Não preciso citar as inúmeras ordens de equipes já vistas na categoria – algumas delas desnecessárias e vergonhosas, como o ‘’hoje não, hoje sim’’ no GP da Áustria de 2002. A Red Bull tem dois ótimos pilotos. Que ela não estrague tudo e deixe a pista dizer quem merece o título – isso se ambos brigarem mesmo pelo campeonato.

A próxima parada da F1 é em Baku, no Azerbaijão. O circuito de rua com suas longas retas favorece a Red Bull, que tem um carro simplesmente imparável nas curvas de alta e nas retas. Se a concorrência não conseguir um undercut ou nada de anormal acontecer – como o furo de pneu no carro de Max Verstappen no passado –, os pilotos da equipe austríaca têm tudo para fazer uma dobradinha – e apimentar ainda mais essa disputa pelo campeonato. Que a Red Bull não atrapalhe a peleja e tenha competência para evitar uma guerra doméstica como foi a da Mercedes com Hamilton e Rosberg.

 

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