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Futebol

Pós-jogo: Atlético 2 x 1 Flamengo: Pontos corridos com emoção? Pode vim que temos sim

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Mais uma vez foi na raça. De novo com a cara do Galo. Como
já havia acontecido nas outras vitórias alvinegras pelo Brasileirão 2019, o
jogo contra o Flamengo no Horto na noite do último sábado foi da maneira que
todo atleticano já está acostumado. Teve lance polêmico, golaços, VAR, expulsão
e tensão. Mas no final a torcida alvinegra comemorou na estreia do novo manto.
 
Se você torce para o Clube Atlético Mineiro uma certeza já
tem: se chegou aos 30 anos sem nunca ter tido algum problema no coração
descarte qualquer anomalia que este órgão vital um dia poderia apresentar. O coração
do atleticano é acostumado a grandes sufocos e dificilmente te deixará na mão
por qualquer susto.
 
O jogo deste sábado desde o começo se mostrou como um grande
teste para o grupo e para o torcedor alvinegro. O time do Flamengo recheado de
estrelas mostrou desde o início da partida que o Galo precisaria correr muito
para conseguir um bom resultado. Mesmo jogando em casa, o Atlético viu os
cariocas tomarem a iniciativa da partida e controlarem a posse de bola logo
cedo.
 
Os primeiros vinte minutos de partida foram de inteiro domínio
rubro-negro, que chegou a ter 80% de posse de bola e criou duas boas chances. A
primeira, aos 16 minutos, parou nas mãos de Victor, que mostrou que a noite seria
dele. A segunda Bruno Henrique não conseguiu cabecear com firmeza de dentro da
pequena área e desperdiçou uma chance claríssima.
 
O Galo aos poucos foi se acertando na marcação e começou
timidamente a incomodar o time do Flamengo. Aos 25 minutos, Patric cruzou da
esquerda, Ricardo Oliveira ganhou da marcação e finalizou para boa defesa de
Diego Alves. O time alvinegro estava entrando no jogo e já incomodava mais o
Flamengo em sua frágil linha defensiva.
 
Dois minutos depois a casa carioca caiu. Após saída errada
de jogo, Ricardo Oliveira pressionou Rodrigo Caio que não conseguiu despachar a
bola, que sobrou para Cazares. O camisa 10 invadiu a área, deixou os dois
zagueiros e o goleiro do Flamengo sem rumo e tocou para o gol livre e abriu o
placar. Galo 1 x 0 e a massa ensandecida no Horto.
 
Cazares voltou ao time deixando uma pintura no Horto.
Foto: Bruno Cantini/Atlético.
 
Mas a alegria da torcida durou pouco. Aos 30 minutos, Bruno
Henrique recebeu passe de Arão, se livrou facilmente de Guga e bateu firme no
canto esquerdo sem chances para São Victor. O empate logo em seguida fez a
torcida se aquietar e o Flamengo voltou a tomar o controle. Aos 45 minutos,
quase a virada. Everton Ribeiro cruza da direita e novamente Bruno Henrique
cabeceia livre para outra ótima defesa de Victor. Escanteio para os visitantes.
Mas antes da cobrança, o arbitro Paulo Roberto Alves é chamado pelo VAR, para
avaliação de um possível cartão vermelho para Elias. Após análise do vídeo, o
juiz resolve retirar o amarelo anteriormente dado ao volante e enfim lhe mostra
o vermelho. O drama do Galo estava apenas começando.
 
No intervalo, Rodrigo Santana tirou Ricardo Oliveira e colocou
Adilson para recompor a marcação no meio de campo. Com isso, Cazares foi
deslocado para o ataque e o Atlético se mostrava bastante “satisfeito” com o
empate. Mas a defesa do Flamengo parecia que não queria esse ponto. Mais uma
vez Rodrigo Caio falhou na defesa e cortou mal bola levantada por Cazares para
Chará. Mas ela sobrou ainda para o colombiano próximo da linha de fundo. Sem muitas
opções e sem espaço, Chará arriscou um chute de extrema felicidade que Diego
Alves aceitou. Era o melhor sonho possível. Logo no primeiro minuto de segundo
tempo, um gol tendo um jogador a menos e a chance de uma vitória que parecia
ter ficado distante antes do intervalo.
 
Chará também fez um golaço e foi muito importante no triunfo alvinegro.
Foto: Bruno Cantini/Atlético.
 
Como já era esperado, a etapa foi de ataque contra defesa. O
Atlético com o resultado, se defendia como podia, e mal conseguia ligar contragolpes.
O Flamengo tentava de todas as maneiras furar a defesa atleticana, mas não esperava
uma noite tão inspirada de Victor. Usando uma camisa como a utilizada com
maestria em 2013 na conquista épica da Libertadores. São Victor fez jus ao
apelido de santo e fechou o gol com grandes defesas. A mais impressionante
delas, aos 42 minutos, depois de cobrança de escanteio a bola sobra para Renê
que chutou e a bola desviou na defesa. Victor já ia caindo para o lado e de
forma impressionante conseguiu recuperar e com a ponta dos dedos tirou um gol
certo dos cariocas.
 
Depois disso a vitória tava tranquila, certo? Errado. Isso é
Galo, amigos. Na última bola da partida cruzamento para área e em disputa pelo alto
Léo Silva desvia para escanteio. Já passavam dos 50, e o tempo de acréscimo acabou.
Porém, o VAR entrou em ação mais uma vez. Possível pênalti na disputa. O estádio
inteiro ficou apreensivo. Não era possível que toda batalha para manter o
resultado iria ser em vão. Todo o esforço não poderia ser penalizado com esse pênalti.
Os deuses do futebol não seriam tão injustos assim com o Galo novamente. E dessa
vez, eles escutaram nossas preces. Nada a marcar. Fim de jogo. 2×1 encima do
nosso rival a nível nacional. Na raça, no peito, no coração. Um prêmio para a
grande atuação coletiva do time. Rodrigo Santana vem se mostrando cada dia mais
pronto para assumir definitivamente o posto de treinador do Galo.
Individualmente, além de Victor, vale ressaltar outras grandes atuações.
 
Patric, muito contestado foi um leão improvisado na
esquerda. Muito seguro na marcação, anulou Everton Ribeiro e Arrascaeta que pouco
criaram na partida. O menino maluquinho Luan mostrou a raça de sempre e foi o
retratado do suor doado por toda equipe em campo. E a genialidade de Cazares. Um
pecado um jogador com tamanha qualidade técnica, mas que sofre com alguns erros
fora de campo. É fundamental para o elenco alvinegro, e se manter o foco, será
com certeza um dos grandes destaques no campeonato. E por fim, Chará, que também
vinha bastante criticado, mas na partida contra o Flamengo foi incansável na
marcação pela direita e ainda deixou um gol antológico para a vitória do Galo. Foi
com a nossa cara. E que continue assim. Aos poucos vamos mostrando que podemos
incomodar os grandes. Abre o olho Palmeiras, estamos na cola.
 
FICHA TÉCNICA


ATLÉTICO-MG 2 x 1 FLAMENGO

 

 

 

Local: Arena
Independência

 

Público/Renda: 13.616/R$ 501.165,00

 

Árbitro: Paulo Roberto
Alves Junior (PR)

 

Cartões amarelos: Luan, Victor,
Leonardo Silva (ATL); Hugo Moura (FLA)

 

Cartão vermelho: Elias.

 

 

Gols: Cazares
(28’/1º T), Bruno Henrique (30’/1º T), Chará (1’/2ºT).

 

 

ATLÉTICO-MG: Victor; Guga,
Réver (Leonardo Silva, 47’/1ºT), Igor Rabello e Patric; José Welison, Elias e
Cazares (Vinicius, 23’/2ºT); Luan, Chará, e Ricardo Oliveira (Adilson,
intervalo). Técnico: Rodrigo Santana.

 

 

FLAMENGO: Diego Alves;
Pará, Léo Duarte (Vitinho, 14’/2ºT), Rodrigo Caio e Renê; Cuéllar, Willian Arão
e Arrascaeta (Lincoln, 17’/2ºT); Everton Ribeiro, Gabigol (Berrío, 31’/2ºT) e
Bruno Henrique. Técnico: Abel Braga.
Agora o Galo muda a chave e foca na Copa Sulamericana. Na terça encara a Unión La Calera, no Chile pela estreia na segunda fase da competição. Alguns titulares serão preservados, mas o grupo que segue viagem ao país vizinho tem total condição de fazer uma boa partida e trazer um resultado tranquilo na bagagem.
Rodrigo Ricoy Santiago
Twitter: @dih_ricoy

 

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