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Fórmula E

McLaren anuncia saída da Fórmula E ao fim da 11ª temporada para focar na Triple Crown do automobilismo

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McLaren Racing
Reprodução: Simon Galloway/LAT Images for Formula E

A McLaren Racing confirmou nessa quinta-feira (25) que deixará o Campeonato Mundial do ABB FIA Fórmula E ao fim da 11ª temporada. A decisão faz parte de uma revisão estratégica de seu portfólio de competições, que passa a priorizar sua participação nas três principais categorias que formam a prestigiosa Triple Crown do automobilismo: o Campeonato Mundial de Fórmula 1, a NTT IndyCar Series e o Campeonato Mundial de Endurance (WEC).

A lendária Triple Crown e o papel único da McLaren

A Triple Crown do automobilismo é um dos feitos mais raros e ambiciosos do esporte a motor, sendo composta pelo Grande Prêmio de Mônaco (Fórmula 1), as 500 Milhas de Indianápolis (IndyCar) e as 24 Horas de Le Mans (WEC). Em mais de um século de história, a McLaren é a única equipe a ter vencido as três corridas com carros próprios. A conquista começou em 1974, com Johnny Rutherford vencendo as 500 Milhas de Indianápolis a bordo do McLaren M16C/D. Em 1984, foi a vez de Alain Prost levar o icônico MP4/2 à vitória no GP de Mônaco. E, finalmente, em 1995, JJ Lehto, Yannick Dalmas e Masanori Sekiya conquistaram a vitória em Le Mans com o lendário McLaren F1 GTR.

A meta agora é clara: com a entrada da McLaren no WEC prevista para 2027, a equipe buscará repetir o feito, agora como participante ativa das três categorias em um mesmo ciclo competitivo.

A trajetória da NEOM McLaren na Fórmula E

A NEOM McLaren Formula E Team estreou na 9ª temporada, assumindo o lugar da dominante Mercedes-EQ, bicampeã da categoria. Com a estrutura técnica mantida, a McLaren entrou no grid com os pilotos britânicos Jake Hughes e Sam Bird como titulares. Hughes rapidamente demonstrou talento em classificações, enquanto Bird, que já era veterano na categoria, trouxe a experiência para consolidar a equipe no pelotão intermediário.

Na temporada seguinte, a equipe viveu seu primeiro grande momento no E-Prix de São Paulo, em abril de 2024. Sam Bird conquistou a primeira vitória da NEOM McLaren com uma ultrapassagem arrebatadora sobre Mitch Evans, piloto da TCS Jaguar, na última curva do E-Prix — um dos momentos mais marcantes da 10ª temporada. Alguns meses depois, em Berlim, o jovem Taylor Barnard foi convocado para substituir Bird após um acidente sofrido pelo veterano e, com uma performance inesperada, se tornou o piloto mais jovem a marcar pontos na Fórmula E. 

O impacto de Taylor Barnard e o início de uma nova fase

Promovido a titular na 11ª temporada, Barnard rapidamente confirmou o seu potencial. No E-Prix de São Paulo, realizado em dezembro de 2024, ele se tornou o piloto mais jovem a subir no pódio da categoria. Em março de 2025, no E-Prix de Jeddah, Barnard escreveu mais uma página na história da McLaren ao se tornar o piloto mais jovem a conquistar uma pole position na Fórmula E, reforçando o papel da equipe como formadora de talentos.

Saída estratégica e transição para um novo investidor

A decisão de sair da categoria elétrica está diretamente ligada ao novo direcionamento estratégico da McLaren Racing. De acordo com Zak Brown, CEO da organização: “Estamos imensamente orgulhosos do que conquistamos na Fórmula E, e a categoria tem um papel fundamental no cenário do automobilismo. Mas chegou o momento de explorar novas oportunidades que se alinhem mais diretamente com a estratégia da McLaren Racing — incluindo nossa entrada no Mundial de Endurance a partir de 2027. Por agora, nosso foco está em garantir que essa grande equipe tenha um futuro promissor, buscando um novo dono para dar continuidade ao trabalho. Tivemos um início de ano forte e queremos terminar a temporada em alta. Agradeço à equipe, à Fórmula E, aos nossos parceiros e aos fãs pelo apoio contínuo.”

Com a saída oficial ao fim da 11ª temporada, a McLaren trabalha para assegurar um novo investidor que mantenha a operação da equipe ativa na Fórmula E a partir da 12ª temporada, ainda que sob nova identidade.

Ian James e o futuro da estrutura elétrica

Ian James, chefe da NEOM McLaren e figura central desde os tempos de Mercedes-EQ, também se manifestou sobre a decisão e o legado deixado pela equipe: “Temos estado em uma jornada incrível como equipe e temos muito orgulho das conquistas. Desde o início da 9ª temporada da Fórmula E, foi uma honra fazer parte da família McLaren Racing. Meu agradecimento vai para a companhia, nossos parceiros e fãs, que nos apoiaram durante todo o caminho — apoio que continuará enquanto lutamos até a última corrida do campeonato deste ano.”

James acrescentou que os trabalhos para encontrar uma nova estrutura de continuidade já estão em andamento: “Embora nosso capítulo com a McLaren Racing esteja chegando ao fim, reconhecemos o valor da Fórmula E como Campeonato Mundial e plataforma de mudança positiva. Já estamos trabalhando intensamente para encontrar as melhores oportunidades para que a equipe continue competindo após a 11ª temporada. Enquanto isso, vamos dar tudo de nós para encerrar essa jornada com estilo.”

Um legado de inovação e espírito competitivo

Apesar da curta passagem pela Fórmula E, a McLaren deixa um legado notável, com vitórias marcantes, revelações de novos talentos e um forte compromisso com a inovação — fiel à sua reputação em todas as esferas do automobilismo. Com a atenção voltada para as pistas da Fórmula 1, IndyCar e WEC, a equipe encerra esse capítulo pronta para buscar novas conquistas em sua trajetória histórica.

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