GP de Singapura: Carlos Sainz converte pole em vitória

Carlos Sainz é o grande vencedor do Grande Prêmio de Singapura. Depois de liderar dois treinos livres, e conquistar a pole, o espanhol venceu pela primeira vez no ano. Aliás é a primeira vez que o vencedor não é um piloto da Red Bull. Sainz soube tirar vantagem da estratégia da Ferrari, controlou os rivais e quebrou a sequência de 15 vitórias da RBR e 10 consecutivas de Max Verstappen.

Além de Sainz, o pódio ainda teve Lando Norris (McLaren) em segundo e Lewis Hamilton (Mercedes) em terceiro.

A largada

Antes mesmo da largada, o grid já tinha uma baixa. Depois da batida forte e perigosa no Q1, Lance Stroll (Aston Martin) ficou fora do GP, ainda com dores. A equipe decidiu poupar o piloto para que ele possa estar 100% no Japão.

Quando as luzes vermelhas apagaram, Sainz reagiu rápido e tranquilamente se manteve na ponta, enquanto Charles Leclerc (Ferrari) conseguiu superar George Russell (Mercedes). Russell ainda teve um momento com o companheiro de equipe, mas Hamilton não demorou a devolver a posição.

Nesse meio tempo, lá atrás Sergio Pérez (RBR) e Yuki Tsunoda (AlphaTauri) colidiram enquanto disputavam a posição na curva 14 e o japonês acabou tendo que abandonar a corrida ainda na segunda volta.

Um pouco mais a frente, Verstappen começava a escalar o pelotão e em quatro voltas o líder do campeonato já era o nono colocado. E ainda mais a frente, Leclerc era instruído pela equipe a manter distância de Sains, porém na volta nove a distância entre eles era de menos de um segundo, com Leclerc falando para a equipe que Carlos estava lento.

Safety Car na pista

Não seria o GP de Singapura sem pelo menos uma entrada do Safety Car. E dessa vez foi Logan Sargeant (Williams) que não conseguiu fazer a curva e bateu asa na barreira de proteção na volta 20. Embora não tenha sido uma batida muito forte, a direção de prova mandou o SC para a pista para que os fiscais limparem o traçado.

Nesse intervalo vários carros seguiram para os boxes, aproveitaram para fazer a troca de pneus. Já que sob safety car o tempo de parada cai para cerca de 15 segundos, em comparação com a média de 28 segundos em situação de corrida normal.

Enquanto o safty car favoreceu alguns pilotos, não favoreceu a Red Bull. A equipe começou a corrida numa estratégia diferente e os dois carros largaram de pneus duros. Uma estratégia já pensando em um carro de segurança.

“Criamos uma estratégia agressiva que realmente contava com um safety car ou logo no começo ou mais tarde, mas o momento em que ele aconteceu foi possivelmente o pior possível. Matou nossa estratégia naquele momento e deu aos líderes um pit stop gratuito”, comentou o chefe da RBR, Christian Horner.

Verstappen chegou a ser segundo e Pérez quarto, mas com todos os outros com pneus novos, era claro que a dupla ficaria para trás. Eventualmente a Red Bull parou os dois carros e fez a troca de duros para macios, Pérez na volta 40 e Max na volta 41.

Problemas para Ocon e Safety Car Virtual

Esteban Ocon (Alpine) fazia uma boa corrida, com boas ultrapssagens e o carro tinha bom desempenho. Até que não teve mais. Um problema no câmbio obrigou Ocon a parar na pista, e trouxe um Safety Car Virtual (VSC) na volta 43. E quem soube muito bem aproveitar o VSC foi a Mercedes.

A equipe tinha guardado um jogo de pneus médios para cada piloto e o pit stop “grátis” do VSC deu à eles a oportunidade de calçar pneus novos. A equipe fez uma parada dupla e devolveu os dois pilotos em quarto e quinto, com Russell na frente de Hamilton.

Foram necessárias apenas nove voltas para que Russell chegasse e passasse Leclerc, que era o quarto. E na volta seguinte foi a vez do heptacampeão ultrapassar o monegasco.

Ao mesmo tempo Alex Albon (Williams) fazia excelente corrida. O tailandês era o décimo e estava fechando a distância para Liam Lawson (AlphaTauri) quando foi atingido por Pérez. A colisão seria investigada após a corrida e eventualmente os comissários consideraram o mexicano culpado. Checo foi punido con cinco segundos acrescido ao seu tempo final de corrida e um ponto adicionado à superlicença.

A batida acabou tirando Albon da disputa por pontos. Já Pérez acabou ganhando a posição, e posteriormente ainda conquitstando duas posições e terminou a corrida em oitavo.

Fim eletrizante

Assim como Pérez lutava por posições, Verstappen também buscava recuperar as posições perdidas. Na contramão, Valtteri Bottas (Alfa Romeo) perdia posições e teve que abandonar o GP com uma falha hidráulica.

As voltas finais em Singapura foram de tensão. Sainz liderava, com Norris em segundo, sendo caçado por Russell e Hamilton. E o espanhol manteve a distância para Norris sob controle, alternando entre 0.8 a 1s de diferença. Ao mesmo tempo que Hamilton pedia para a equipe avisasse a George para acelerar.

E Russell o fez, chegou a fica a 0.5s de Lando, porém na última volta encostou no muro na entrada da curva 10 e não conseguiu fazer a curva e batendo de frente na barreira de proteção. Era o fim de uma boa corrida da maneira mais difícil. A batida acabou dando a Hamilton a terceira posição e o 196º pódio da carreira.

Com Russell fora todos os pilotos também ganharam posições. Leclerc foi o quarto, com Verstappen em quinto, Pierre Gasly (Alpine) ficou em sexto. Oscar Piastri (McLaren) subiu nove posições depois de ser atrapalhado pela colisão de Stroll no Q1, e foi o sétimo. Pérez terminou em oitavo, seguido de Lawson, que conquistou seus primeiros pontos na F1 e Kevin Magnussen (Haas) foi o último a pontuar, em décimo.

Trabalho duro recompensado

“Foi um fim de semana incrível desde o início. A equipe merece esta vitória pelo enorme trabalho que realizou aqui e em Maranello e tenho orgulho de dedicá-la a todos eles e aos tifosi. Executamos o fim de semana perfeitamente do meu lado e acho que conseguimos a emocionante parte final com perfeição, dando ao Lando (Norris) DRS e controlando o ritmo durante toda a corrida”, declarou Sainz.

“É claro que parar mais cedo significou que tivemos que fazer nossos pneus durarem mais e as voltas finais foram no limite, mas estou extremamente feliz por termos feito isso funcionar. Esta noite comemoramos, mas a partir de amanhã começaremos a preparar Suzuka. Vamos continuar assim”, concluiu.

A Fórmula 1 segue para Suzuka para o Grande Prêmio do Japão.