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Luta

Golden State Warriors: a máquina de fazer história de Steve Kerr.

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E a varrida veio. De forma bem natural inclusive. Na noite da última terça feira, Portland Trail Blazers e Golden State Warriors entraram no Moda Center para o jogo 4 da série final da Conferência Oeste da NBA com objetivos distintos. Os donos da casa jogando pela honra, já que um avanço a grande final da Liga estava bastante longe. Nunca na história da NBA um time reverteu uma vantagem de 3 a 0 nos playoffs. E era bem difícil de se acreditar que os atuais campeões seriam os primeiros a perder tal vantagem. Já os Warriors, jogavam pela história. Pela primeira vez desde a década de 1960 um time vai a 5 finais seguidas da NBA. São números impressionantes que nos trazem uma dúvida pertinente: estamos presenciando o melhor time da história do basquete?

Fonte: Ezra Shaw/Getty Images

Vamos apimentar o debate falando um pouco do que esse time é capaz. Primeiramente um resumo do derradeiro jogo da série final da conferencia. Depois de duas duras viradas nos jogos anteriores, os Blazers sabiam que a situação tinha se complicado. Mas a noite começou com boas notícias para os mandantes. Andre Iguodala estava fora da partida, e assim a defesa do Golden State perdia talvez um dos seus principais nomes.
E o primeiro tempo mostrou a falta que Iguodala faria aos campeões. Com um ótimo aproveitamento do perímetro e atuação inspirada de Meyers Leonard, que marcou incríveis 25 pontos nos dois primeiros quartos, os Blazers chegaram com tudo para evitar uma humilhante eliminação em casa. A defesa de Golden State estava atordoada, e os donos da casa terminaram o primeiro tempo liderando o placar, 69 a 65.

Fonte: Reuters.

O segundo tempo veio. O terceiro quarto veio. Lembram da cagada feita por Terry Stotts que citei no texto anterior? Acho que entendeu o recado. A vantagem era menor, obviamente. Mas a maneira como ele manteve o foco da equipe e a segurança de que poderiam fazer algo a mais na série deram um gás na terceira parcial, e os Blazers chegaram a abrir novamente 15 pontos de vantagem a 3 minutos do fim do terceiro período. Era um sonho, que poderia ter sido melhor vivido se a postura tivesse sido a mesma na partida anterior. Ao final do quarto, 95 a 87 para Portland.
Então chega o último quarto. Curry e Klay Thompson aumentaram o nível e deram emoção ao jogo. Do outro lado, Damian Lilliard respondia. Mas o conjunto falou mais alto e a vantagem caiu por terra. A jogada final ainda ficou com Dame, placar 111 a 111. Mas o camisa 0 acabou errando o arremesso e o jogo foi para a prorrogação. Na hora da decisão, esse time se agiganta. Uma atuação segura, maltratando os Blazers no garrafão e vitória por 119 a 117 ao fim.

Fonte: Getty Images

O resultado já era esperado. Não da forma que foi. Em 3 das 4 partidas, Golden State teve que superar uma vantagem superior a 15 pontos para sair com a vitória. E superou. Tranquilamente. Parecia treino. Esse time parece conduzir as partidas da maneira que querem. Cada dia que passa dá a impressão de que podem ganhar os jogos a qualquer momento. Podem estar demonstrando estar em um dia abaixo, com erros inexplicáveis, mas basta um tempo pedido por Steve Kerr, e a chavinha muda. O rolo compressor é ligado. Não tem chance para quem quer que seja o adversário.
O quinto título seguido da Conferência Oeste é um feito só superado por Boston Celtics de Bill Russel, que de 1957 a 1966 buscou incríveis 10 finais da NBA. Mas quem duvida que os Warriors não continuam o domínio. Um quinteto em perfeita sintonia. Andre Iguodala e Klay Thompson dando as cartas na defesa. Draymond Green e Stephen Curry levantando o ginásio com jogadas lindas no ataque. E a cereja do bolo Kevin Durant que mantém uma média absurda de aproveitamento e pontos por partida. É de assustar ver esse time jogar. Mas é de muito se admirar.
Que me desculpem os mais saudosistas, o que esse time nos proporciona dificilmente outro iguala. Podemos citar Lakers de Abdul-Jabbar e Magic Johnson, que em 9 finais ganham 5 anéis. E tinham adversários a altura, como o Celtics de Larry Bird, e os 76ers de Julius Erving. Mas e quem são os adversários de Curry e companhia que parecem não conseguir nem os incomodar. Vamos primeiramente em seus rivais de conferência. Houston Rockets de James Harden e Chris Paul e Ocklahoma City Thunder de Russell Westbrook e Paul George são nomes que não podemos esquecer. E os novos postulantes a craques no cenário, Nuggets de Nikola Jokic e o Portland de Damian Lilliard e CJ McCollum. E porque não os Lakers do maior da atualidade LeBron James e os jovens Kyle Kuzma e Lonzo Ball. Do outro lado, temos a nova sensação do momento, Millwaukee Bucks do grego candidatíssimo a MVP desta temporada, Giannis Antetokounmpo, além de Brook Lopez, Nikola Mirotic e Eric Bledsoe. Raptors de Kawhi Leonard e Kyle Lowry. Celtics de Kyrie Irving.
São muitos nomes, muitos postulantes ao estrelato, mas que hoje vivem a um abismo de diferença do time de Steve Kerr. Se tirássemos os atuais bicampeões da disputa e fossemos avaliar, seria uma batalha absurda pelo anel de campeão com uns 7 ou 8 times com plenas condições de conquistar. Mas com o Warriors não tem disputa. Comecei a escrever nesse blog sobre NBA nesses playoffs, e na minha primeira coluna, na primeira rodada, fiz uma pergunta: quem vai parar os Warriors? Hoje com a final se aproximando, e olhando os dois possíveis adversários a dúvida ainda permanece. Quem será capaz de destronar o melhor time em muito tempo (ou de todos os tempos) na NBA? Nomes fortes podem aparecer, mas serão capazes de tal feito? Hoje já começo a desconfiar que não será tão possível.

Rodrigo Ricoy Santiago
Twitter: @dih_ricoy

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