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Luta

Galo x Arbitragem: uma briga que nem o VAR é capaz de amenizar

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A noite desse sábado foi marcante na história do nosso
alvinegro. Na semana que o Clube Atlético Mineiro completou 111 anos, a disputa
da semifinal do campeonato estadual foi a estreia do árbitro de vídeo em jogos
do Galo. A nova tecnologia que já vem causando discussões principalmente após a
Copa do Mundo da Rússia chegou para ficar no Brasil. Usada nas fases mais
agudas da Copa do Brasil em 2018, nesta temporada o auxílio do VAR para os
mineiros começou a ser praticado a partir desta semifinal do torneio. E já
chegou com confusão.

Como os árbitros mineiros ainda passam pela capacitação com
a nova tecnologia, coube ao paranaense Rafael Traci conduzir a partida
inaugural do VAR em Minas. A escolha de Héber Roberto Lopes, como o árbitro
principal do VAR, já causou um alvoroço durante a semana na torcida alvinegra.
O experiente árbitro tem um histórico de marcações no mínimo discutíveis contra
o Galo em sua carreira. Mas a confiança de que agora seria diferente estava
reinando.
Equipe do VAR para o jogo Boa x Atlético. Foto: Divulgação/Premiere.
O problema que aqui é Galo. Aqui tudo é mais complicado. Aos
24 minutos do primeiro tempo, a primeira atuação do VAR. Ricardo Oliveira
recebeu passe pela esquerda, bateu cruzado para boa defesa do goleiro do Boa, e
no rebote, Maicon Bolt, que havia sido novidade na escalação titular, completou
para o gol vazio. O Galo abria o placar e aumentava sua vantagem para chegar a
grande final do regional. Porém, pelo vídeo, Héber Roberto Lopes verificou
impedimento de Ricardo Oliveira no início da jogada e Rafael Traci voltou sua
decisão de campo. Gol anulado. Pelo replay muita dúvida, impedimento daqueles
que nem o computador define realmente se foi ou não. Mas a decisão foi tomada.
Impedimento de Ricardo Oliveira marcado pelo VAR.
Foto: Divulgação/FMF.
Pouco tempo depois, mais uma vez o VAR atuando em lance de
ataque alvinegro. Outra boa trama do ataque do Galo pela esquerda, Bolt recebeu
em velocidade e cruzou para área, Luan debaixo da trave marca mas ao fim do
lance, o bandeira número 1 assinala impedimento. Novamente consultado o VAR.
Novamente gol anulado. Infração desta de vez de Bolt, mas outra vez milimétrico
para decisão da arbitragem.
Segundo gol anulado, desta vez impedimento de Maicon Bolt.
Foto: Divulgação/FMF.
Como se já não bastasse a noite do atleticano ainda teve
mais uma interferência do careca mais famoso da arbitragem brasileira. Em
dívida próximo a grande área, onde o árbitro de campo viu como lance normal,
Héber após alguns instantes chama Rafael Traci para uma análise do lance no
vídeo. Após dois minutos de espera, vem o veredito: cartão vermelho direto para
Zé Welison em mais uma atitude infantil do volante ao deixar a sola de maneira
perigosa em disputa com o adversário.
Zé Welison mais uma vez foi expulso: são 2 cartões vermelhos nos últimos 8 jogos.
Foto: Bruno Cantini/Atlético.
Com um homem a menos, e a torcida se inflamando se esperava
um sufoco para manter pelo menos o empate. Porém o Galo até se acertou em campo
e mesmo em desvantagem numérica foi até mais incisivo que o adversário. Mas a
vitória não veio. Empate em 0x0 em um jogo tecnicamente muito fraco. Mais uma
vez a equipe alvinegra deixou a desejar em campo, atuação fraca em termos de
criação, vários espaços deixados nas laterais, onde a cobertura dos volantes
continua sendo muito ineficaz, e muitos problemas de transição da defesa ao
ataque.
Na saída de campo o tom dos jogadores foi de revolta com a
arbitragem. Luan, quase como um porta-voz da torcida, soltou uma frase muito
repetida nas redes sociais durante toda a noite deste sábado: na dúvida, a
marcação sempre será contra o Galo. A torcida se revoltou muito. Para alguns, o
VAR veio apenas para oficializar a escolha de decisões desfavoráveis que sempre
aconteceram contra o nosso Galo. Realmente, historicamente, temos um crédito
imenso a ser cobrado por vários lances controversos em momentos importantes da
história alvinegra. O vice-presidente Lázaro Candido também ficou bastante
revoltado e soltou o verbo contra o uso do VAR.
Luan bem que tentou, mas não conseguiu fazer com que o Galo saísse com a vitória.
Menino maluquinho ficou revoltado com atuação do VAR.
Foto: Bruno Cantini/Atlético.
As decisões dessa primeira partida geram discussão sim.
Porém são lances muito difíceis, e a meu ver, a arbitragem acertou nos três
lances. Impedimentos no limite e uma atitude inexplicável do volante alvinegro.
Zé Welison precisa dar explicações e merece ser punido por isso. São 2
expulsões nos últimos 8 jogos. Em lances onde não havia a necessidade de tal
atitude. Isso pode nos dar problemas mais a frente.
Muitas coisas precisam ser melhoradas para que o VAR
funcione com a maior precisão possível. Hoje algumas regras no futebol são
bastante interpretativas e isso acaba atrapalhando o benefício que o árbitro de
vídeo trará ao esporte. Tem tudo pra dar certo sim. Mas são necessárias
mudanças, e que todos tenham paciência também, pois como qualquer novidade,
demanda tempo para melhor encaixe das suas atribuições.
Ao Galo, resta consertar os defeitos que já são muito
evidentes. Levir terá muito trabalho e pouco tempo para pensar nisso. Quarta
temos mais um jogo de vida ou morte pela Libertadores. Qualquer resultado que
não seja a vitória está descartado contra o Zamora no Mineirão que deve receber
mais uma vez um grande público. A Massa, como sempre, está fazendo sua parte. O
time agora precisa responder em campo. O apoio sempre vai existir.
#AquiÉGalo
Por: Rodrigo Ricoy Santiago
Twitter: @dih_ricoy
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