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Automobilismo

Verstappen vence na França e solidifica o caminho para o bicampeonato

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Este GP da França – o último em Paul Ricard – parecia reservar uma disputa franca entre Max Verstappen e Charles Leclerc. Tal expectativa era justificada pelo equilíbrio visto nos treinos e na própria corrida entre Red Bull e Ferrari. Pois bem, o erro bizarro de Leclerc facilitou as coisas para Verstappen, que conquistou uma vitória sem grandes dificuldades.

A largada foi limpa e sem maiores entreveros – com exceção de Yuki Tsunoda, que abandonou na volta 19. Verstappen forçou para tentar ultrapassar Leclerc, mas ficou claro que a pista de Paul Ricard era talhada para a Ferrari, principalmente nos setores 1 e 3. Com isso, o piloto da Red Bull reduziu o ritmo para gerenciar melhor os pneus e tentar outra estratégia.

Verstappen adiantou a sua parada, colocou um composto duro e voltou em sétimo. Era uma tentativa clara de undercut da Red Bull. Com um pneu médio já desgastado e sem condições para tentar uma ultrapassagem em tal situação, restou a antecipação do pit stop. Ao invés de parar Leclerc na volta seguinte e fazer a marcação ao rival, a Ferrari manteve o monegasco na pista e deu sopa para o azar desnecessariamente.

E o azar veio: Leclerc perdeu a traseira, passou reto e bateu na curva 11. Estrago gigantesco para um campeonato já difícil. Sim, o erro foi inteiro do monegasco, que perdeu o carro absolutamente sozinho e carimbou a proteção lateral de pneus. Mas era a volta 18, a Ferrari sabia que o seu desgaste de pneus seria maior e o composto médio estava próximo do limite. Não havia a menor necessidade de deixá-lo na pista.

Com isso, o pelotão da frente aproveitou para realizar a parada e Verstappen assumiu a liderança da prova. Como a Ferrari não era mais uma ameaça – Carlos Sainz largou na última fila e ainda sofreu uma punição por uma saída afobada em sua parada – e o seu pit stop o colocou na dianteira após a batida de Leclerc, o atual campeão administrou o ritmo para conquistar uma importante vitória.

Sétima vitória na temporada, 27 na carreira. Max Verstappen ultrapassa o número de triunfos do tricampeão Jack Stewart e continua escrevendo uma promissora trajetória na Fórmula 1. De quebra, viu seu principal oponente na luta pelo título não marcar pontos. O automobilismo é o esporte do imponderável, mas os milagres são raros. Se nada extraordinário acontecer, o bicampeonato virá com relativa tranquilidade.

 

Lembram do que eu disse sobre Leclerc?

 

Foto: Reprodução/ dailygp.com

 

A temporada de 2022 é o suprassumo do que a Ferrari virou ao longo dos últimos tempos: uma equipe vacilante, com estratégias equivocadas e sendo a sua própria inimiga. Charles Leclerc sofreu com isso. Abandonos por problemas na confiabilidade e erros nas estratégias de corrida custaram pontos preciosos ao monegasco. Tudo isso jogou uma pressão gigantesca em seus ombros.

Hoje não foi o caso. É verdade que a Ferrari vacilou ao não parar Leclerc após Verstappen fazer o mesmo, deixando seu principal piloto com pneus no limite. Mas o erro crasso é culpa dele e o próprio admitiu depois da corrida. Em um momento como o atual, era tudo o que não poderia acontecer.

Meus leitores mais atentos vão lembrar de um artigo meu sobre a necessidade de Leclerc em lidar com a pressão pelo título. A Ferrari não ganha desde 2007. É a escuderia mais tradicional da categoria. São coisas que pesam. Mas ele precisa se ajudar. Na Emilia-Romagna, errou ao atacar uma zebra e jogou um pódio certo no lixo. Na Espanha, rodou durante o qualy – para sua sorte, fez a pole logo depois. E hoje teve o abandono após a batida. Leclerc parece ter sentido o peso de ser campeão pelo time de Maranello.

 

A Mercedes mandou bem

 

Foto: Reprodução/ motorsport.uol.com.br

 

Ainda longe dos dias gloriosos – e não tão distantes assim – que a fizeram a dona da era híbrida, a Mercedes conquistou um resultado impactante. Lewis Hamilton e George Russell subiram ao pódio juntos pela primeira vez na temporada.

Hamilton largou bem e ultrapassou Perez, sendo beneficiado pelo abandono de Leclerc e herdando a segunda posição. Sem carro para lutar com Verstappen pela vitória, fez uma corrida tranquila. Já Russell proporcionou uma bela disputa com Sérgio Perez, ultrapassando o mexicano no final após uma bobeada do adversário no Safety Car virtual. Isso após um toque entre ambos que não resultou em punição.

As flechas prateadas estão bem. Mandaram bem. Distantes do que já foram, mas em clara evolução.

A Fórmula 1 volta no próximo final de semana na Hungria.

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