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Rally Clássicos

Veículos clássicos e belas paisagens na primeira etapa do Rally clássico de São Paulo

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Uma das melhores coisas sobre o jornalismo automotivo é poder assistir à cada uma das provas que tanto amamos enquanto escrevemos sobre ela. Mas e se além de só assistir, pudéssemos também participar da prova?

E foi exatamente assim, que ontem (02/03), participamos da primeira etapa do Rally Clássico de São Paulo. Em 2023 realizamos a cobertura de uma das etapas desta bela e incomum categoria, mas em 2024 queremos ir além, e mostrar a todos os leitores um pouco mais sobre o que acontece dentro e fora de cada um desses belíssimos carros clássicos.

Foto de Franklin Silva – Equipe Rally Clássico

 

Como funciona um Rally de carros clássicos?

Se você mora em São Paulo e rodou pelas rodovias no último sábado, é bem provável que tenha passado por algum dos veículos da prova. Mas afinal, o que esses carros faziam na estrada? Se é um Rally, por que não estavam na terra?

Antes de falarmos sobre a primeira etapa, precisamos relembrar alguns detalhes sobre o que é o Rally de regularidade (escrevemos uma matéria no ano passado).

Trata-se de um Rally de regularidade, focado em carros clássicos. Isso significa que veículos antigos e colecionáveis devem seguir um trajeto específico, passando por pontos de controle (PCs) em um horário determinado pela direção de prova. Cada segundo adiantado ou atraso, a dupla composta por piloto e navegador(a) perdem 10 pontos. A prova e homologada pela FASP e possui um regulamento bem completo, que determina inclusive as características e categorias dos veículos que são permitidos.

Toda prova acontece em vias pavimentadas, e a direção de prova sempre tem o cuidado de determinar velocidades medias inferiores ao limite da via, o que traz segurança a todos os participantes.

Foto de Franklin Silva – Equipe Rally Clássico

 

A primeira etapa – São Roque

A temporada 2024 será composta por 5 etapas, sendo que a primeira foi realizada na região de São Roque, no interior paulista.

A largada aconteceu na rodovia dos bandeirantes e a partir daí os pilotos e navegadores(as) tiveram que seguir um trajeto de pouco mais de 200km, ao longo de quase 5hs de prova.

A primeira vista, o objetivo parecia simples: Percorrer todo caminho definido pela direção de prova, passando nos PCs no horário exato. Acontece que, para nossa sorte, o trajeto foi cuidadosamente planejado para levar os carros por estradas secundárias, que embora belíssimas, desafiavam os pilotos com obstáculos do cotidiano de nossas estradas, como lombadas, má sinalização, buracos, dentre outros.

Para muitos novatos (e até alguns veteranos) acertar o caminho e passar por todos os 94 PCs já era um desafio mais que suficiente. E o trabalho dos navegadores(as) era exatamente esse: orientar os pilotos e manter o sistema de navegação atualizado.

A chegada da prova não poderia ser outra senão o Dream Car Museum na cidade de São Roque, um verdadeiro paraíso para os amantes de carros e do antigomobilismo.

Foto de Franklin Silva – Equipe Rally Clássico

 

VQTTV na prova

Participamos desta prova com um Ford Mustang GT 1994. Equipado com o motor 302 V8 de  5.0L, pesa contra o Ford nesse tipo de prova sua instabilidade, freio ineficiente e a dificuldade em manter velocidades precisas em longas retas. Por outro lado, leva vantagem nos aclives (e eram muitos na rota do vinho em São Roque), em virtude do torque mais elevado do motor V8 aspirado.

Apesar da prova ser focada em ruas e estradas pavimentadas, o Mustang desta IV geração é conhecido por sua baixa altura em relação ao solo, o que gerava desacelerações muito bruscas para transpor os obstáculos mais elevados, principalmente lombadas. Não seria mentira dizer que alguns moradores locais viram um carro vermelho decolando com suas 4 rodas fora do chão algumas vezes…

Mas a verdade é que qualquer carro pode vencer a prova. Modelos mais novos tem maior facilidade e controle automático de velocidade, contudo são agrupados por idade em categorias que tentam minimizar as vantagens tecnológicas de um determinado modelo.

Outro destaque, é que o modelo utilizado na prova completa exatamente 30 anos, e está na última fase para receber sua certificação de veículo de coleção, a chamada placa preta.

Foto de Victor Hugo – Equipe Rally Clássico

 

A categoria PRO

Diferente das demais, a categoria PRO é a única que permite um sistema de navegação integrado ao carro. Em linhas gerais, essa característica se reflete em informações mais precisas para pilotos e navegadores(as).

Com mais tecnologia embarcada, é de se esperar um grid mais disputado e desempenhos profissionais das equipes. No regulamento deste ano, são permitidos veículos fabricados até 1999.

Ouro ponto que chamou a atenção este ano, foi o total de inscritos na categoria, 9 veículos, um número bem elevado se levarmos em conta o ano de 2023, e o investimento necessário para ter um carro nesta categoria.

A dupla campeã foi Gabriel Carrillo / Luiz Durval à bordo de um Volkswagen Santana 1995. O segundo lugar ficou com a experiente dupla Fábio Palma / Patricia Santoro Mirisola e sua BMW 540i 1993. Fechando o podio tivemos a dupla Christian Pons Casal de Rey / Frederico Macedo e seu Chevrolet Corvette 1963 na P3

Foto de Franklin Silva – Equipe Rally Clássico

 

Categoria Históricos

A partir da categoria históricos, não é mais permitido o uso de sistema integrado de navegação. Fica aos participantes a opção de fazer uso de um App para a navegação (Totem Full Rally ou Rabbit), ou fazer à moda antiga com planilha, cronometro e odômetro.

Nesta categoria são permitidos veículos fabricados entre os anos de 1951 até 1970.

No melhor estilo das 24hs de Le Mans de 1966, 3 modelos do mesmo fabricante ocuparam o pódio desta categoria. Substitua o logo oval azul pela VW e a vitória ficou com Carlos Dominguez Duarte / Fernando Ferreira Lopes  e o primeiro Volkswagen Fusca 1969, a P2 ficou com Filipe Lot / Victoria Nunes e mais um Volkswagen Fusca 1300 1968, enquanto a P3 ficou com Renan Bueno Ferraciolli / Wagner Brandão dos Santos fechando o pódio com o terceiro Volkswagen Fusca (1300 conversível 1967).

Foto de Victor Hugo – Equipe Rally Clássico

 

Categoria Super colecionáveis

Na Super colecionáveis são permitidos os veículos fabricados entre os anos de 1971 até 1980.

A vitória dos Super Colecionáveis ficou com Alexandre Loures Penna / Thais de Salles Oliveira Puma GTE 1977. E que o que seria desta categoria sem ao menos 1 Fusca no pódio? Então a dupla Wildson Azi de Oliveira / Bianca Lopes de Oliveira veio para cumprir essa missão à bordo de seu Volkswagen Fusca 1973 ocupando a P2. Fechamos a categoria com o Ford Galaxie 500 1976 da dupla Alex Almeida / Alvaro Almeida na terceira posição.

Foto de Victor Hugo – Equipe Rally Clássico

 

Categoria Clássicos

Na categoria Clássicos tivemos um grid composto por 11 participantes. Ela é direcionada a veículos fabricados entre 1981 até 1990.

Os vencedores foram Fernando Henrique Silotto / Claudio Roberto Grassi Silotto à bordo do seu Volkswagen Gol GT 1986. A P2 ficou com Alec Cunningham / Victor Candido de Oliveira e seu Glaspac Cobra 1982. Completando o pódio Eduardo Brandini / Rubens Levy guiando mais um Volkswagen Gol GT 1986.

Foto de Victor Hugo – Equipe Rally Clássico

 

Categoria Futuros Clássicos

Chegamos à maior categoria do grid, foram 24 carros inscritos.

Este também é provavelmente o grid mais variado da prova, já que após alterações no regulamento de 2023, esta categoria passou a agrupar os carros fabricados entre 1991 e 2000, o que significa que é uma categoria que mescla carros de placa preta (30 anos), com carros mais novos, com menos de 30 anos e que ainda não podem ser receber o registro de colecionador. Em resumo, há literalmente todo modelo de carro nesta categoria, o que a torna muito interessante, já que cada veículo precisa vencer limitações específicas de seu modelo e idade.

A dupla campeã foi Rafael Consolin / Pablo Sanches Garcia à bordo de seu Fiat Uno 1.6i.e 1995, enquanto o segundo lugar ficou com Augusto Leite e seu Volkswagen Gol 1999. Já o terceiro lugar ficou com a dupla Gerson Borini / Ramon Orives Chevrolet Kadett GSI Conversível 1993.

Destaque para a dupla Gerson e Ramon já que o time jogou literalmente dentro de casa, explico: Os dois participantes são do Autoentusiastas, que além de muito conhecidos também deixaram uma das curvas da rota dos Romeiros famosa, ao batiza-la de Curva AE. O curioso é que a prova passou exatamente pela curva AE, e as belíssimas paisagens da estrada escolhida pelo Autoentusiastas como sua “casa”.

Foto de Victor Hugo – Equipe Rally Clássico

 

Categoria Super Turismo

A categoria Super Turismo é direcionada a veículos um pouco mais novos.

Com as mudanças no regulamento 2024, carros com menos de 10 anos não podem mais participar do Rally, diferente do que acontecia na temporada 2023. Então nesta categoria participam os veículos fabricados entre o ano 2001 e 2014.

A vitória desta categoria ficou com a dupla Rodrigo Soares / Rafael Soares a bordo de seu Renault Megane Coupe 2002. Na P2 ficou a dupla Hamilton Cardoso / Fabio Vidotti com seu Porsche 911 Carrera 4s 2010, enquanto o terceiro lugar ficou com Giovani Benedusi / Laís Moro guiando uma BMW 530i 2004.

Foto de Victor Hugo – Equipe Rally Clássico

 

Resultado

Pode parecer um pouco clichê, mas a verdade é que todos os 80 participantes foram campeões. Afinal, aproveitaram um belo sábado ensolarado para tirar seus clássicos da garagem e curtir belíssimas paisagens do interior paulista. Não poderíamos deixar de destacar toda equipe responsável por esta incrível experiência, preparada nos mínimos detalhes:

Foto de Franklin Silva – Equipe Rally Clássico

 

Mas, ok, sabemos que se chegou até aqui você quer números, então lá vai:

 

 

 

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