Em Miami, Verstappen foi cirúrgico e confirma crescente. Sinal amarelo para Leclerc

 

O estreante GP de Miami teve Max Verstappen como vencedor. O atual campeão mundial fez uma corrida cirúrgica, não cometeu erros e conquistou a terceira vitória na temporada. De quebra, diminuiu a diferença para o líder do campeonato, Charles Leclerc: 104 a 85 para o piloto da Ferrari.

Verstappen fez uma boa largada, ultrapassou Carlos Sainz e assumiu a segunda colocação do ferrarista e companheiro de Leclerc. Com a nítida superioridade da Red Bull – especialmente em retas – no circuito de Miami, partiu para cima do monegasco e conquistou a liderança já na nona volta. A vantagem sobre o rival aumentou gradativamente até chegar em 7s, patamar estável que permitia uma dianteira tranquila.

A corrida continuou sem grandes emoções até a volta 41, quando um toque entre Pierre Gasly (AlphaTauri) e Lando Norris (McLaren) provocou a entrada do Safety Car. Ainda assim, o quadro não teve grandes alterações: Verstappen segurou a pressão de Leclerc e aumentou o ritmo no final para não dar ao adversário a chance de ativar o DRS. Vitória sem sustos do holandês.

O pódio teve o complemento de Carlos Sainz, que segurou a pressão de Sérgio Perez na reta final. Com pneus duros mais gastos que os médios do adversário, o espanhol demonstrou competência e até mesmo sangue frio, pois o mexicano chegou a ensaiar uma ultrapassagem na volta 52, mas um erro na freada alijou o piloto da Red Bull na luta pela terceira posição. Bom resultado para o tiffosi, que acumulava batidas e abandonos nas últimas corridas.

Ótimas notícias para a Red Bull

 

Max Verstappen venceu a terceira de cinco corridas na atual temporada. Nas outras duas, teve problemas e abandonou. Ele era segundo em ambos os abandonos, e se conseguisse cruzar a linha de chegada em tal posição, seria o líder do campeonato.

A sensação momentânea é a da Red Bull ter o melhor carro do grid. Não é uma vantagem significativa e a Ferrari já mostrou bom ritmo de corrida, mas a escuderia austríaca entregou ao atual campeão um carro equilibrado, com poucos quiques e implacável nas retas. Resolvido o problema da confiabilidade, a RBR dará muita dor de cabeça aos rivais de Maranello.

O mundial de construtores ainda tem a liderança da Ferrari, mas com uma vantagem de apenas 7 pontos. A Red Bull evoluiu e parece ter encontrado a solução para os abandonos no Bahrein e na Austrália. Um carro que já nasceu bom e pode ficar ainda melhor. A conferir.

Leclerc e a Ferrari precisam melhorar

 

Charles Leclerc lidera o campeonato desde a estreia da temporada, mas vem de um sexto lugar na Emilia-Romagna – quando errou em uma zebra e beijou o muro – e desta segunda posição em Miami. Com isso, a vantagem sobre Max Verstappen diminuiu bastante.

Os fãs da F1 conhecem a mística que envolve a Ferrari. Não é tarefa simples ser o principal piloto da escuderia mais tradicional do grid, ainda mais quando o título mundial não para em Maranello desde 2007. A pressão pode ter atrapalhado Leclerc na Emilia-Romagna, e a crescente da RBR tem potencial para aumentá-la.

A Ferrari entregou um ótimo carro para Leclerc e Sainz. Ambos são pilotos talentosos e competentes, mas com a missão inglória de bater Verstappen – igualmente talentoso e com o título que os dois não têm. O espanhol ficou muito atrás pelos abandonos. A tarefa sobrou para o monegasco. Ele e a Ferrari precisam reagir logo para frear a melhora do holandês.

Outros destaques da corrida

 

Correndo contra o tempo para melhorar o desempenho, a Mercedes conseguiu a quinta e a sexta posições com George Russell e Lewis Hamilton, respectivamente. O heptacampeão foi superado novamente pelo jovem companheiro em mais uma estratégia infeliz, sendo ultrapassado por Russell ao ter pneus mais desgastados.

Fernando Alonso e Sebastian Vettel se envolveram em incidentes bem discutíveis, com o tetracampeão da Aston Martin comprometendo uma boa corrida de Mick Schumacher. O piloto da Haas vinha para conquistar seus primeiros pontos na F1 e foi tocado por Vettel, terminando na décima quinta posição.

No mais, Alexander Albon e Lance Stroll também pontuaram. Ambos dirigem carros ruins – Williams e Aston Martin, respectivamente – e conseguiram finalizar na zona de pontuação, um feito e tanto para as suas possibilidades.

A Fórmula 1 volta daqui a duas semanas com o GP da Espanha.