Entre em contato conosco

IndyCar

Álex Palou: a trajetória até o sucesso na IndyCar

Publicado:

em

Álex Palou precisou de quatro temporadas na IndyCar para sagrar-se bicampeão. Após um começo de carreira difícil nas categorias europeias e uma passagem pelo Japão, o piloto espanhol se encontrou nas particularidades da maior categoria de automobilismo dos Estados Unidos.

Álex Palou após a conquista do bi-campeonato. Foto/ Reprodução: James Black/ Indy Car

Álex Palou após a conquista do bi-campeonato. Foto/ Reprodução: James Black/ Indy Car

O começo de Palou no automobilismo

Seguindo os passos habituais da carreira de um piloto, Palou iniciou sua jornada no kart com apenas cinco anos, sendo o primeiro de sua família a ingressar no automobilismo. Apesar da pouca idade, o espanhol demonstrou habilidade e velocidade logo no início.

O seu primeiro Kart foi um presente dado por toda sua família, que se reuniu para poder comprar o equipamento e permitir que Álex, ainda criança, começasse a jornada em busca de um sonho que foi amadurecendo ao longo dos anos e conquistas.

Aos seis anos, venceu seu primeiro título: o campeonato social do circuito onde competia. Aos sete anos, debutou no campeonato de kart da Espanha, onde terminou em terceiro. Um ano depois, foi campeão nacional na categoria Junior. Também se converteu em campeão na Copa dos Campeões de Kart na categoria Cadete.

Dos campeonatos nacionais de Kart, o próximo passo eram as competições europeias, onde Palou passou e obteve bons resultados. Em suma, foram quatro campeonatos espanhóis, além da conquista do WSK Euro Series e um segundo lugar no Campeonato Europeu.

Após os bons resultados no kartismo, Palou recebeu uma bolsa do Banco Santander por ser o jovem espanhol com maior projeção no kart. Com o valor recebido, realizou um teste privado no Circuito de Fiorano, na Itália, onde se localiza a sede da academia de pilotos da Ferrari.

A transição para o automobilismo europeu

A mudança para os monopostos aconteceu em 2014, quando com o apoio de Ádrian Campos, Palou assumiu um lugar na Campos Racing para a disputa da Eurofórmula Open. Onde terminou o ano em terceiro lugar, com três vitórias e outros oito pódios. Paralelamente, disputou a Fórmula 3 Espanha, sendo vice-campeão.

Em 2015, se transferiu para a GP3 Series, seguindo sua parceria com a Campos. Neste ano, tornou-se o primeiro espanhol a vencer uma corrida na categoria, feito alcançado na última etapa do ano, em Abu Dhabi. Ao fim da temporada, Palou foi o décimo colocado.

Para 2016, seguiu na GP3, mas esse não foi um bom ano para o espanhol, que somou apenas 22 pontos e um pódio, em Silverstone, fechando a temporada com a décima quinta colocação. Após o ano abaixo do esperado, Palou chegou a cogitar que sua carreira terminaria ali.

Com pouco dinheiro e sem espaço nas categorias europeias, o espanhol encontrou uma forma de recomeçar em outro continente.

Assim, Palou iniciou o ano de 2017 disputando a Fórmula 3 Japonesa. A adaptação na categoria ocorreu rapidamente e Palou encerrou a temporada com três vitórias, dez pódios e o terceiro lugar. Neste mesmo ano, participou das duas últimas etapas da Fórmula 2, correndo em Jérez de La Frontera e Abu Dhabi. Na primeira etapa, somou cinco pontos. Na segunda, não pontuou.

Em 2018, retornou para a Europa, disputando a F3 Europeia com a Hitech. Outro ano difícil para o espanhol, que não alcançou um bom desempenho e fechou a temporada com o sétimo lugar.

Depois disso, Palou deixou o automobilismo europeu e migrou para a Super Fórmula Japonesa. Vale destacar que o espanhol participou de três edições do GP de Macau (2014, 2017 e 2018).

Super Fórmula Japonesa

Após liderar os testes de pré-temporada da Super Fórmula Japonesa, o piloto espanhol começou bem a sua participação em uma categoria profissional.

Apesar de um abandono na primeira etapa por falhas mecânicas em seu carro, o espanhol sonhou com a possibilidade de ser campeão no ano de estreia, mas viu suas chances acabarem na última corrida do ano, sofrendo novamente com problemas no carro.

Para a etapa final, em Suzuka, Palou chegou três pontos atrás do líder. Após faturar a pole position, precisava cruzar a linha de chegada em primeiro para ser campeão sem depender do resultado dos outros adversários.

No primeiro stint dos pneus, o carro apresentava um bom desempenho, sendo meio segundo mais rápido. Realizando a primeira parada na oitava volta, o espanhol viu os pneus macios se desgastarem rapidamente.

Palou retornou para a pista em oitavo, mas o carro não estava performando bem. O duto de resfriamento ficou preso nos rolamentos da suspensão, o que fez com que o carro ficasse três segundos mais lento que os adversários.

A equipe arriscou uma segunda parada, na esperança que os pneus médios pudessem ajudar na performance, mas a estratégia não funcionou e Palou terminou a prova no penúltimo lugar.

O campeonato ficou na conta de Nick CassidyPalou terminou em terceiro, sendo eleito o rookie of the year, fechando a temporada com três poles e uma vitória. Havia um interesse mútuo em seguir na Super Fórmula, mas  surgiu uma chance na Indy Car e o resto é história.

IndyCar

Em 2020, Palou chegou aos Estados Unidos para a disputa de sua primeira temporada na IndyCar. O espanhol se juntou a Dale Coyne Racing e fez uma boa temporada inaugural.

Em sua terceira corrida pela categoria, subiu ao pódio no circuito de Road America. Ao fim da temporada, Palou foi o décimo sexto colocado, superando seus companheiros de equipe, Ferucci e Veekey. Seu desempenho foi suficientemente bom para que as portas da Chip Ganassi Racing se abrissem para o espanhol.

A parceria de sucesso entre Palou e CGR

Palou foi contratado para substituir Felix Rosenqvist. Estreou com vitória no GP do Alabama, se tornando o terceiro piloto a estrear na Ganassi com vitória na primeira corrida, se colocando ao lado de Michael Andretti e Dan Wheldon.

“É um animal! Já é hora de todo mundo do esporte a motor dizer: Olá, Palou!”. Foi assim que o narrador da transmissão do Estados Unidos narrou a primeira vitória do espanhol na Indy Car.

Nessa temporada, o piloto ainda sonhou com a vitória nas 500 milhas de Indianapolis, mas precisou se contentar com o segundo lugar, ficando atrás do brasileiro Hélio Castroneves.

Durante a classificação para a prova mais tradicional da categoria, Palou acabou batendo na terceira tentativa, o que resultou em uma troca de motor e posteriormente uma punição que foi cumprida na corrida seguinte, em Detroit.

Essa punição voltou a aparecer três corridas depois, em Nashiville. No misto de Indianapolis, Palou teve um baixo rendimento devido a problemas na potência do motor, que acabou falhando ao longo da prova, o que levou o time a fazer uma terceira troca de motor, que dessa vez causou a perda de nove posições no GP de Midway.

Ao longo do ano, o espanhol sofreu com as questões dos motores. Assim, viu seus adversários assumindo a ponta em algumas ocasiões. Durante a temporada, Dixon até sonhou com o título, mas a disputa final ficou entre Palou, O’Ward e Newgarden.

Long Beach foi o palco final desse campeonato, apesar de três pilotos na disputa do título, a situação era muito favorável para Palou e se tornou ainda mais confortável com o abandono de Pato O’Ward.

Como bem definiu o narrador da transmissão oficial: “A 12 voltas para o final, os números já não mentiam: Palou havia feito história”.

Álex Palou terminou a corrida em quarto lugar, tornando-se o primeiro espanhol a ser campeão da IndyCar.

Em 2022, o rendimento de Palou ficou abaixo do esperado, tendo em vista o que ele apresentou para o mundo em 2021. Focado em conseguir um espaço na Fórmula 1 e se envolvendo em polêmicas contratuais, o espanhol até começou o ano bem, chegando ao pódio nas três primeiras etapas do ano (St. Petersburg, Long Beach e Barber).

Porém, com as atenções divididas, Palou viu os adversários crescendo ao longo do ano e deixou a disputa com Newgarden e Power, onde o australiano levou a melhor.

Tudo se encaminhava para um ano sem vitórias, mas o cenário mudou na última etapa, em Laguna Seca. Palou venceu e estabeleceu a maior vantagem de um vencedor para o segundo colocado em uma corrida, disparando 30 segundos a frente do restante do pelotão.

Fazendo as pazes e organizando a casa

Após todo o imbróglio entre Ganassi x McLaren x Palou (clique aqui para entender essa história), o espanhol seguiu com a CGS em 2023. Muitos acreditaram que seria um ano difícil e que a parceria não poderia render nas pistas.

Um engano cometido em massa. Álex Palou estava muito cômodo para a temporada, onde emplacou cinco vitórias, três em sequência. Triunfando pela primeira vez no ano na corrida no misto de Indianapolis, depois chegou a sequência em Detroit, Road America e Mid-Ohio e fechou o ano com a vitória em Laguna Seca.

Conseguiu duas poles, sendo uma delas a da Indy 500. Na corrida, chegou em quarto, mesmo após um toque com Veekey na saída dos boxes. Além das cinco vitórias, Palou não terminou fora do top-8 em nenhuma das etapas de 2023.

Palou e Chip Ganassi comemorando a pole na Indy 500. Foto/ Reprodução: Joe Skibinski/ Indy Car

Palou e Chip Ganassi comemorando a pole na Indy 500. Foto/ Reprodução: Joe Skibinski/ Indy Car

Um ano muito acima da média, que fez com que o espanhol vencesse com uma prova de antecedência, algo que não ocorria na Indy desde 2005. Foram 656 pontos conquistados ao longo das rodadas, 78 a mais que Scott Dixon.

Na estatística de 55 corridas disputadas, número que Palou alcançou em 2023, o espanhol é o terceiro em vitórias, ficando atrás apenas de Mario Andretti e A.J. Foyt.

Ao todo, são oito vitórias, vinte pódios e 37 corridas dentro do top-10.

Voltando sua atenção para a IndyCarPalou se colocou como forte candidato para se tornar um dos maiores nomes da categoria, basta se manter focado.

Compartilhe esta publicação
1 Comentário

1 Comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.