Verstappen vence a primeira da carreira na Austrália em corrida muito movimentada

Todos conhecem a fama do Grande Prêmio da Austrália: corrida chata, traçado ruim e prova sem a menor emoção. O circuito de Melbourne pode não proporcionar grandes momentos, mas a corrida desta temporada foi bem diferente das anteriores. Inclusive no resultado: Max Verstappen venceu a primeira da carreira em terras australianas.

Verstappen demonstrou uma maturidade absurda para vencer. Largou mal, perdeu a dianteira para George Russell e acabou ultrapassado por Lewis Hamilton. Sabendo que tem o melhor carro do grid, evitou o toque com Hamilton e começou a imprimir um ritmo que tornaria a ultrapassagem questão de tempo.

Foi o que aconteceu na volta 12. Verstappen assumiu a liderança sem a menor dificuldade. Para quem já perdeu corridas pela falta de paciência ao esperar a hora certa de passar, é uma evolução enorme. Dois títulos mundiais liberam qualquer pressão. Depois de passar Hamilton, ele desfrutou bem do foguete de carro em mãos e não foi mais ameaçado na corrida. Vitória categórica, ainda com a confusão no final e a segunda relargada após bandeira vermelha.

Vitória de número 37 na carreira, pódio de número 80. Verstappen iguala Ayrton Senna na segunda marca e vai escrevendo sua biografia com tintas douradas. Ser ou não o maior da história será uma decisão dele, pois talento e muita carreira pela frente não faltam. O domínio imposto aos rivais lembra os anos dourados de Michael Schumacher e Lewis Hamilton. É impressionante.

 

A Mercedes acordou?

 

O GP da Austrália estaria fadado à monotonia sem o desempenho surpreendente da Mercedes. Ela não ameaçou a Red Bull de Verstappen, óbvio, mas deu uma canseira no bicampeão no começo da prova. Não fosse a decisão equivocada de parar Russell antes da primeira bandeira vermelha, as flechas prateadas tinham totais condições de colocar seus dois pilotos no pódio.

Russell vinha na dianteira com Hamilton em segundo. Tal configuração de corrida fazia com que o heptacampeão pudesse ativar o DRS e se livrar – ao menos na teoria – dos ataques de Verstappen. Era um cenário favorável, mas desfeito com a bandeira vermelha provocada pela batida de Alexander Albon.

Pois bem, o jovem britânico abandonou na volta 18 após problemas no motor. Uma pena. Poderia ter sido uma corrida bem melhor para o time alemão, mas ficam bons indícios de melhora. O W14 pode não ser a tragédia que se imaginava após Bahrein e Arábia Saudita. A conferir.

 

Aston Martin no pódio novamente e Ferrari decepciona

 

Fernando Alonso conseguiu mais um pódio na temporada. Fez uma boa corrida, aproveitou o vacilo da Mercedes e chegou em P3 – o máximo que esse carro da Aston Martin permite. Em três corridas, três terceiros lugares. É difícil imaginar qualquer chance de disputa pelo título, mas a regularidade coloca Dom Fernando como principal antagonista de Verstappen na pontuação fora dos domínios taurinos.

A Ferrari decepcionou mais uma vez. O SF-23 simplesmente não vai. Peca no ritmo de corrida e no desgaste de pneus, tornando-o pouco competitivo. Carlos Sainz foi punido após abalroar Fernando Alonso na segunda relargada, e antes disso Charles Leclerc abandonou em um incidente com Lance Stroll. Nada parece dar certo em Maranello.

 

Demais destaques

 

A McLaren finalmente pontuou na temporada. Após um começo tenebroso e todos os indícios do MCL60 ser uma máquina mal nascida, o time britânico viu seus pilotos chegarem nos pontos. Lando Norris e Oscar Piastri andaram bem, e na medida do possível, conseguiram extrair o máximo de seus carros. Fala-se em novidades para o Azerbaijão, um carro completamente novo. A conferir.

No mais, chama atenção o incidente entre os dois carros da Alpine. O time francês conta com dois pilotos que não se bicam há tempos, e depois dessa panca… O clima não deve ser dos melhores.

A Fórmula 1 volta em quatro semanas, no Azerbaijão.