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Significados desta corrida em Singapura

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Significados desta corrida em Singapura

O mundo da Fórmula 1 faz escala agora em Singapura, a rica e moderna cidade-estado que recebe a categoria mais popular do automobilismo mundial desde 2008. Seria uma corrida qualquer não fossem dois motivos.

Primeiro: o último Grande Prêmio de Singapura foi em 2019. Na ocasião, dobradinha da Ferrari com vitória de Sebastian Vettel – muito provavelmente a última da carreira. No começo do ano seguinte, veio a pandemia da COVID-19 e o mundo inteiro foi atingido, nossas vidas viraram do avesso e a F1 também sofreu os impactos dessa situação calamitosa. Singapura volta ao calendário só agora, três anos depois.

O outro motivo é bastante óbvio: Max Verstappen pode ser bicampeão no próximo domingo. A combinação de resultados não é das mais fáceis, embora seja possível de acontecer. Para sair de Singapura com as duas mãos na taça, Verstappen precisa vencer e torcer para no máximo um nono lugar do seu adversário direto, Charles Leclerc. Seria algo bem surpreendente. Afinal, a Ferrari anda bem em pistas travadas e o circuito de Marina Bay é estreito além da conta.

Viu-se um pouco disso nos treinos livres. Certo, o TL não é lá um parâmetro tão confiável. Mas a predominância dos dois pilotos da Ferrari – combinada com o fato de Marina Bay casar com o F1-75 – pode ser um sinal de boa corrida no domingo. A Red Bull tem um ritmo de corrida melhor, mas buscar uma reação em Singapura quando se larga fora da pole não é tarefa fácil.

Quem tem Max Verstappen tem tudo. É o melhor piloto da atualidade, está em ótima forma, tem em mãos uma joia rara como o RB18 e a mesma gana pela vitória. Quem o acompanha desde o começo e percebe os sinais deixados por ele em cada declaração sabe que pouco importa se o título virá em Singapura, no Japão ou em qualquer outro lugar. O que vale mesmo é chegar em primeiro e continuar buscando novos triunfos.

Uma vitória em Singapura seria a de número 32 na carreira, passando Nigel Mansell e empatando com Fernando Alonso. Seria a 12ª em 2022, restando mais duas para a quebra do recorde de mais triunfos na mesma temporada – Michael Schumacher em 2002 e Sebastian Vettel em 2013 conquistaram 13. Se o bicampeonato será conquistado na noite da simpática cidade-estado ou não é coisa desimportante aqui. Os números da carreira de Max Verstappen impressionam pelo que já foi conquistado e o que ainda há por conquistar.

Para Ferrari e Mercedes, uma boa chance de tentar fazer frente a uma Red Bull praticamente imbatível após as férias. As flechas prateadas são verdadeiras incógnitas nessa atual temporada, com um W13 sujeito a raios e trovoadas. Quando parece que as coisas vão melhorar e a escuderia alemã finalmente voltará ao topo, tudo muda rapidamente. Vejo uma oportunidade boa tanto para Lewis Hamilton quanto para George Russell conquistarem um bom resultado. Uma vitória seria sonhar alto demais? Pelo o que vimos até aqui, sim. Mas nunca se sabe. Russell conquistou uma pole na Hungria, circuito travado. Quem sabe não ocorre o mesmo?

No mais, é bom ver Singapura de volta. Digo isso pela sensação de volta ao normal, superação da pandemia, aquele terror que levou muitas vidas e destruiu tantas outras. Lembro de acompanhar a temporada de 2020 no auge da parafernália toda, com a desesperança dominando tudo e todos. Foi um show de Lewis Hamilton com seu W11 imparável, mas eu só pensava em uma única coisa: quando vamos retomar nossas vidas como antes?

Pois o mundo saiu daquela calamidade toda e a COVID-19 parece coisa do passado. Graças a Deus e aos avanços da ciência e da medicina, podemos viver sem peso na consciência depois de vacinados. Que bom. O mundo evolui, a tecnologia é uma benção divina. Todo aquele inferno passou, ficará nos livros de História e na lembrança de quem viveu aqueles tempos.

Fiz toda essa volta para lembrar como uma corrida de carros pode ir além da mera competição esportiva e recordar coisas bem mais impactantes a todos. É isso, meus caros. Próximo domingo tem eleição, a tal festa da democracia, dia pelo qual rezo que lulistas e bolsonaristas tomem juízo uma vez na vida. Irei votar, mas depois deste GP de Singapura. Uma corrida que guardará nuances jamais esquecidas.

 

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