Jake Dennis destaca regularidade na conquista do campeonato mundial de Fórmula E

A nona temporada da Fórmula E coroou Jake Dennis da Avalanche Andretti como novo campeão. É o primeiro título do piloto e da equipe na categoria.

“Eu acho que jamais vou conseguir descrever o que senti ao cruzar a linha. Significa tanto para mim, depois tanto trabalho árduo nos últimos dois, três anos desde que entrei na Fórmula E. Estou feliz de dar isso para equipe”, contou Dennis.

Mas a jornada até o título da temporada não foi simples. Tudo começou com a vitória no ePrix da Cidade do México, que surpreendeu tanto o piloto quanto a equipe.

“Nós saímos dos testes de Valência pensando que éramos um dos powertrains mais lentos do grid, tínhamos um déficit de 1 segundo por volta comparado às Maseratis naquele ponto da temporada. É uma grande reviravolta em termos de performances. Valência não mostrou nossos pontos fortes, no entanto, essa recuperação e conquistar pódios em primeiro e segundo nas primeiras corridas foi realmente impressionante”, comentou.

Porém depois de três pódios seguidos, Dennis ficou quatro corridas sem pontuar, o que poderia muito bem prejudicar a sua busca pelo título.

“Naquele ponto da temporada nós tínhamos uma vantagem boa de pontos, então não achei que o campeonato escaparia, mas mentalmente foi desafiador. Nós basicamente não pontuamos de janeiro até abril, e não importa quem você, mentalmente pensar que tudo está contra você. Mas nós conseguimos resetar e dar a volta por cima em Berlim. A temporada européia veio a nosso favor e conquistamos cinco pódios consecutivos. Foi uma parte desafiadora da temporada e algo que nunca vivi antes, onde eu tinha o carro para vencer e não conseguia”, ressaltou Jake.

E realmente a corrida 2 de Berlim foi um ponto de virada e a partir daí Dennis subiu ao pódio em oito de nove corridas. Ao todo foram 11 pódios conquistados, com duas vitórias – na Cidade do México e na corrida 2 em Roma – e duas poles.

A presença regular no pódio e nos pontos foi fundamental, e mesmo sem tantas vitórias, Jake Dennis e a Avalanche maximizaram tudo que podiam, em todas as sessões na pista. O britânico chegou à rodada dupla e final em Londres na briga com Mitch Evans (Jaguar) e Nick Cassidy (Envision).

A corrida 1 em Londres foi caótica, mas Dennis sobreviveu ao caos, viu Cassidy não terminar e mesmo com Evans vencendo, o título de campeão já era de Jake, que foi o segundo colocado na corrida.

“Aquela corrida teve de tudo, senti que meu Modo ataque não estava funcionando, eu perdi a ativação duas vezes, tinha gente de todo lado tentando me atacar. O Nick errou e acabou abandonando, e a pressão era grande para todos nós. Naquele ponto da corrida, o importante era permanecer vivo, não fazer nenhuma ultrapassagem sem pensar, não tomar nenhuma decisão estúpida, e valeu a pena”, relatou ele.

“Acabar no topo sem nenhum dano com duas bandeiras vermelhas e safety cars, conquistar mais um pódio, foi impressionante”, completou.

Apesar desse ser o primeiro campeonato que o britânico vence na Fórmula E, não é a primeira vez que ele briga pelo título. Em 2021, quando era apenas um rookie, ele era um dos 18 pilotos que estavam na briga pelo título daquela temporada.

“Eu sinto que esse ano os três primeiros colocados no campeonato – eu, Nick e Mitch – seríamos campeões merecedores, o nível entre nós era muito alto”, comentou.

E quando perguntado como controlar as expectativas e se as emoções remetiam às de 2021, ele revelou que é difícil controlar emoções, principalmente nas classificações.

“Nós somos apenas humanos, e por mais que você tente dizer que está tudo bem e não mostrar nenhuma fraqueza, é algo que está sempre na sua mente, principalmente na classificação, porque tudo depende daquela uma volta. Mas tudo faz o título valer ainda mais a pena, e é algo que eu nunca vou esquecer”, avaliou.

E sobre o futuro, apesar do contrato com a equipe de Fórmula 1, Red Bull Racing, tudo que Jake quer é seguir na Fórmula E, e ter um companheiro de equipe que o ajude a conquistar também o mundial de equipes.

“Meu plano é continuar na Fórmula E por muitas temporadas. Eu não me vejo mudando para a Fórmula 1. É uma situação difícil, já tenho 28 anos de idade e um pouco alto para um piloto, acho que não funcionaria muito bem. Eu vou continuar ajudando a Red Bull Racing a desenvolver os carros deles, mas no momento eu estou gostando muito da Fórmula E”.

“Quanto a companheiros de equipe, existem múltiplas opções, se vai ser um rookie ou um outro piloto experiente ainda não foi confirmado. Eu estou numa posição que posso dar o meu input, e eu já fui um rookie antes e eles merecem a chance de se provarem. Quem quer que seja, eu quero um companheiro que possa me desafiar a elevar o meu nível e que possa contribuir para conquistar o campeonato de equipe”, revelou.

E sobre Felipe Drugovich ser potencialmente seu novo companheiro, Jake disse que o brasileiro é um piloto muito talentoso e seria completamente capaz de entregar resultados.

Jake sai vitoriosos e com novos aprendizados para aplicar na próxima temporada, mas primeiro ele vai aproveitar as merecidas férias.

A 10ª temporada da Fórmula E começa em Janeiro, novamente na Cidade do México, e terá a estreia do ePrix de Tóquio (Japão).