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Automobilismo

Haas não desenvolve carro para 2021 e lança pintura controversa

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A Haas apresentou seu “velho” carro de 2020, porém com uma roupagem curiosa. O carro da equipe americana tem a pintura da bandeira russa.

Dia 4 foi apresentado a pintura de seu carro com atualizações do monoposto de 2020, levando o nome de VF-21. Atualizando as cores vermelho, preto e branco que eram a marca registrada da equipe de Gene Haas (tirando o episódio de Rich Energy em 2019), dessa vez eles vieram envelopados de bandeira russa.

Mas então o que motivaria uma equipe americana ter uma pintura da bandeira russa em seu carro?

Trata-se do patrocínio de Dimitry Mazepin, dono da Uralkali, empresa de fertilizantes, e pai do piloto Nikita Mazepin, agora na equipe chefiada por Günther Steiner.

Além do patrocínio máster, o carro leva o logo da 1&1, empresa alemã de telecomunicações e investidora da carreira de Mick Schumacher, segundo piloto da Haas.

Steiner justifica falta de desenvolvimento e projeta 2022

A Haas foi a oitava equipe a apresentar o carro de 2021, mas desde já é a primeira a largar oficialmente o projeto VF-21. É que, segundo Günther Steiner, chefe do time, não faz sentido gastar dinheiro e esforço com o carro atual e, na sequência, chegar atrasado em 2022, com a mudança de regulamento.

O dirigente italiano falou justamente sobre o não-desenvolvimento do carro para a nova temporada da Fórmula 1.

Estamos às vésperas de uma nova temporada, com um novo patrocinador principal e dois novos pilotos. Vai ser um ano emocionante, e espero que seja emocionante somente no bom sentido. Vamos ter pela frente um ano de aprendizado com os pilotos enquanto, tecnicamente, olhamos para o futuro. Não é segredo que o VF-21 não vai ser desenvolvido, já que vamos concentrar nossas energias desde agora no carro de 2022 e, esperamos, que seja um grid mais igual. Todos nós sabemos o que esperar nesta temporada em termos de competição, mas temos de garantir que vamos estar lá para tirar proveito das oportunidades quando elas surgirem

Günther Steiner, chefe de equipe da Haas

Mesmo com a falta de desenvolvimento do novo carro, Gene Haas, dono da equipe, confia em ver os novatos Schumacher e Mazepin somando alguns pontos na temporada.

Espero que voltemos a estar no bolo para marcar alguns pontos nessas corridas. Foram duas temporadas difíceis, mas também estamos de olho no panorama geral, em particular sobre 2022, e na implementação dos novos regulamentos

Só que abandonar o projeto tão cedo faz com que a Haas, naturalmente, se transforme em uma forte candidata à lanterna da Fórmula 1. Afinal, os americanos ficaram na nona colocação com só três pontos conquistados em 2020, enquanto que a Williams, que zerou em 2020, promete investimento maior em 2021.

Nós sabemos que existe o risco de cairmos para o último lugar, mas precisamos aceitar isso. Nós precisamos entender que o correto é pensar lá na frente e não no que vai acontecer agora. Se pensarmos só no agora, aí vai chegar em 2022 e a gente vai estar atrasado, pensando no carro de 2022. É muito difícil buscar os carros da frente com as restrições aerodinâmicas e o nosso orçamento, então você precisa pensar lá na frente

Günther Steiner a revista britânica, Autosport.com

Porquê as cores podem causar um problemão para a Haas?

Devido a problemas com doping nos jogos olímpicos de verão e inverno, desde 2019, a Rússia está banida de participar de campeonatos mundiais como Olimpíadas de Tóquio, Copa do Mundo de futebol do Qatar 2022 e toda competição de caráter mundial.

A Fórmula 1 por ser considerado um campeonato mundial, leva também esta restrição. E por isso, Nikita Mazepin, russo, não poderá utilizar a bandeira, as cores que remetam a mesma, nem ouvir o hino de seu país caso suba eventualmente no pódio.

Sabendo disso, Dimitry trocou as cores de sua empresa Uralkali para as cores da bandeira russa, justificando que a mudança de identidade da equipe pertence ao patrocinador. Uma malandragem e tanto.

A WADA (Agência Mundial Antidoping) anunciou hoje (dia 5) que está investigando se o carro infringe as regras anti doping estabelecidas.

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) informou ao site “Motorsport.com” que a Haas consultou a entidade sobre a pintura de seu carro e recebeu autorização para colocar o azul, vermelho e branco presentes na bandeira da Rússia.

Veremos os próximos capítulos deste carro “globalizado”.

Ulisses Avelino – F1 Sem viúvas 

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