Carol Nunes: pilota conta sobre sua trajetória no automobilismo

A pilota Carol Nunes de 31 anos que é a mais nova campeã da categoria AKSP 2023, conta um pouco de sua trajetória para se tornar pilota e sobre a montagem do seu próprio carro de corrida:

Carol conta que sua história com automobilismo começou quando ela ainda era uma criança porem nunca teve alguém próximo para incentiva-la a se tornar pilota, porem isso não foi o suficiente para afastar Carol de seu sonho de competir em categorias de automobilismo.

Ela falou um pouco também, sobre a escolha para montagem de seu carro de corrida, o projeto escolhido foi um Fusion (Ford), que quando foi comprado era automático, porem a pilota relata sobre diversos problemas com modo de emergência por superaquecimento no câmbio, até que ela decide oficialmente pelo swap de cambio para um manual de corrida de 5 marchas.

“Hoje depois de 6 anos de projeto, ele se tornou o único Ford Fusion de corrida do mundo, alargado em 20cm, rodas oficiais StockCar, suspensão preparada para competição, câmbio manual de competição de 5 marchas (único Fusion câmbio manual do Brasil), injeção FuelTech 550, peso aliviado, bancos e cintos homologados de competição, entre outras coisas. ”

Porém Carol conta sobre pequenos problemas que encontrou durante sua trajetória, um deles foi acabar ficando sem patrocinador por conta de ficar com o carro de corrida parado por muito tempo, e conta sobre as maiores dificuldades não ter patrocínio:

“É absurdamente vital e essencial. Sem patrocínio, uma pilota que não é “milionária” não consegue se manter de forma alguma. As categorias são absurdamente caras, viagens, custos diversos com taxas, equipamentos, reparos, etc, e sem patrocínio não temos como realizar o sonho de estar nas pistas. Mesmo tendo o próprio carro, o custo da preparação, manutenção e até mesmo inscrição acaba sendo bem caro. ”

Perguntamos para Carol também sobre seus principais objetivos e metas para o ano que vem e sua carreira:

Objetivos:

“Conseguir patrocínio para voltar a competir em categorias importantes do automobilismo, e continuar sendo uma referência para as mulheres e para a comunidade LGBT dentro e fora do automobilismo. ”

Metas para sua carreira :

“Sonho MUITO em participar da Nascar Brasil, Porsche Cup, StockCar entre outras categorias importantes e renomadas. ”

Carol, fala também sobre sua preparação para fins de semana decorrida, e sobe sua preparação como atleta:

“Como atleta, minha principal forma de preparo é mentalmente, até mesmo por ser muito ansiosa e quase não conseguir dormir quando vou para a pista no dia seguinte. Mas principalmente preciso preparar o carro para a pista, então faço uma revisão boa em freios, fluidos, pneus, motor, sistema de alimentação, etc.”

“A maior fonte de renda hoje como pilota é fazer palestras sobre a minha historia e carreira no automobilismo, além de publicidade para marcas, tanto nas redes sociais, quanto exposição no Fusion.”

Testes finais do fusion: problemas com o projeto e acidente.

Carol que estava com o projeto do Fusion praticamente finalizado, faltando apenas os ajustes finais levou o carro para as pistas em um track day no autódromo de interlagos, onde o carro foi submetido a testes para ser finalizado e assim poder voltar para as pistas com força total, porem o que a pilota não imaginaria é que com seu sonho se tornando realidade novamente, um imprevisto aconteceria.

 A linha de combustível se soltou incendiando todos os componentes dentro o capo do Fusion, deixando um enorme prejuízo com mangueiras, elétrica, motor e capo derretidos, transformando todo aquele momento de realização em desespero total. Após o acidente entramos em contato com a pilota para uma entrevista e ela contou um pouco sobre as angustias, orçamentos, e novamente falamos sobre as dificuldades de ser pilota “autônoma” sem patrocínio nesse caso, segue o fio:

“Foram vários sentimentos juntos, o choque do momento, o desespero de tentar apagar rápido, o sentimento de perda, frustração, dor e a demora para aceitar e cair a ficha. ”

“A ficha só começou a cair uns 4 dias depois, foi quando eu desabei e botei tudo para fora… demorei uma semana e meia para conseguir ir olhar o carro com mais calma e ver tudo que foi danificado, antes disso o guincho deixou ele na garagem e não consegui nem olhar para o carro. ”

“No último fim de semana eu e meu mecânico desmontamos o carro todo e listamos tudo que vai precisar ser trocado. A lista fica em torno de 6 a 7 mil reais. ”

” Mas infelizmente só vou conseguir arrumar se conseguir um patrocínio pra isso. ”

Foto: Divulgação