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Fórmula 1

Vinte anos da sexta estrela de Michael Schumacher

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Estamos no dia de 12 de outubro de 2023, feriado em todo o Brasil. Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Também é o dia das crianças, e como eu não sou completo tapado e ainda acredito nos valores corretos, não posso deixar de falar da guerra entre Israel e o Hamas, na qual crianças e bebês estão padecendo vítimas do terrorismo cruel e bárbaro. Não falo em nome do site, mas tenho certeza que meus colegas também repudiam tal desumanidade pérfida.

O que aconteceu neste dia de relevante no automobilismo? Bom, num exato 12 de outubro de 2003, Michael Schumacher conquistava seu sexto título mundial, tornando-se o maior vencedor de todos os tempos na Fórmula 1. Há exatos vinte anos. O tempo voa, o mundo passa, mas os nomes dos heróis do esporte ficam marcados na memória dos apaixonados pelo esporte. E, como não poderia deixar de ser, os grandes pilotos serão lembrados eternamente por pessoas como eu, que desde garoto ama uma competição de malucos correndo em círculos e arriscando o próprio pescoço.

Para quem não lembra, a temporada de 2003 foi marcada por um certo equilíbrio de três forças: Ferrari, Williams e McLaren. O time de Maranello entregou um carro bom, mas longe de ser a maravilha dos anos anteriores. Conforme o campeonato foi se desenrolando, era nítida a sensação da Williams ter a melhor máquina do grid – sem esquecer do motor BMW, o mais potente de então. A McLaren estava um pouco abaixo das demais, mas tinha um carro confiável que raramente quebrava. Kimi Raikkonen chegou em Suzuka com chances de título e desafiava o pentacampeão Schumacher. Juan Pablo Montoya brigou até Indianápolis, mas uma corrida desastrosa em solo americano tirou do colombiano qualquer possibilidade de briga pelo campeonato.

No Grande Prêmio do Japão, as coisas começaram estranhas já no sábado. Um temporal embaralhou completamente o treino classificatório, com Rubens Barrichello cravando a pole e Michael Schumacher largando apenas em décimo quarto. Kimi Raikkonen largou em P8. Era o prenúncio de uma corrida ainda mais caótica e cheia de possibilidades.

A largada foi tranquila. Para quem não sabe, vivia-se a guerra de pneus, Michelin versus Bridgestone. Quem usava o primeiro tinha uma vantagem inicial, pois o composto feito pelos franceses aquecia mais rápido. Por isso que Barrichello não conseguiu manter a ponta e foi pressionado por Fernando Alonso logo de cara. Tudo parecia tranquilo para Schumacher: bastava a oitava posição para ficar com o título, e apenas uma improvável vitória de Raikkonen poderia estragar a festa do alemão.

Só parecia. Ao tentar ultrapassar Takuma Sato, da BAR, Schumacher bateu, ficou sem parte do bico e precisou parar com apenas seis voltas. Caiu para a última posição, e com o posterior abandono de Montoya, Raikkonen pulou para a quarta posição. Ele não teria carro para alcançar Barrichello, mas um campeonato que parecia já decidido ficou emocionante com todos esses acontecimentos.

A corrida seguiu, Schumacher quase bateu no irmão Ralf, mas seguiu rumo ao hexacampeonato sem maiores problemas. Chegou em oitavo, a posição que bastava para o título. Barrichello venceu de forma tranquila, uma grande corrida do brasileiro, que teve uma performance quase perfeita. Galvão Bueno lembrou do Tema da Vitória, que era de Piquet e Senna, agora tocado para Rubinho. Nostalgia pura. Barrichello foi jogado aos leões pela pseudocrítica especializada, tido como piloto ruim e sem talento, típica opinião de quem nunca guiou um carro de corrida. Ele é um grande piloto, e se nunca foi campeão mundial na F1, deve-se ao fato de ter dividido a garagem com um semideus do volante.

O alemão passou a marca de cinco títulos que pertencia a Juan Manuel Fangio. Muitos tentaram. Antes dele, a F1 viu Clark, Fittipaldi, Brabham, Stewart, Piquet, Prost e Senna. Ambos talentosíssimos, donos de façanhas impressionantes e títulos mundiais que os colocaram entre os grandes do esporte a motor. Porém, nenhum deles conseguiu ultrapassar o pentacampeonato de Fangio, aquele que, como diz o documentário feito sobre ele, era o rei das pistas.

Schumacher conseguiu. Dinamitou recordes outrora imbatíveis. Colocou seu nome do panteão de deuses da categoria. Para mim, ele é o Zeus. Não existe outro. É o maior de todos.

 

Foto: Reprodução/ Projeto Motor/ Ferrari

 

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