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Fórmula 1

Segunda Bandeirada #08: Fim da linha

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Eu não sinto pena ao ver esportistas que não entregam resultado sendo chutados de suas equipes. É do jogo – literalmente. A empresa que você trabalha não te emprega por mero altruísmo: sua vaga é mantida enquanto a produtividade for regra. Não há metas para cumprir? Pois é.

Por que se faz tanto estardalhaço quando um piloto é demitido na Fórmula 1 por demonstrar incapacidade técnica ou performances além do esperado? Uma vaga na categoria mais popular – e endinheirada – do automobilismo é o sonho de muitos e realidade de poucos. Uma vez no grid, faça por merecer. Como os vinte privilegiados, milhões de sonhadores desejam aquele assento.

No caso de Lance Stroll, nem vejo tanta comoção assim. Não como vi quando Daniel Kvyat, Pierre Gasly e Alexander Albon foram chutados da Red Bull, ou no melancólico desfecho da parceria entre Daniel Ricciardo e McLaren. Quem disser que qualquer um desses merecia mais tempo em suas respectivas equipes não conhece muito o esporte – a história de Mick Schumacher é diferente, mas não vem ao caso. Nenhum deles entregou o que seus times queriam. O caminho natural é o RH. E teria como ser outro, por acaso?

Pois bem, os dias de Lance Stroll na F1 parecem estar chegando ao fim. Por ora, tudo é rumor, e nada que se diga no paddock é totalmente crível enquanto não se confirmar. Mas, é bom que se diga, o que justificaria a sua permanência na categoria? Stroll não tem velocidade natural, comete erros quando tenta guiar no limite e vem prejudicando enormemente a sua equipe no mundial de construtores. Os anos anteriores deram a falsa sensação de que o canadense tinha evoluído e virado um piloto decente, alguém com cacife para pontuar regularmente. A partir do momento que a Aston Martin entregou um carro bom e ele teve a companhia de alguém como Fernando Alonso, toda essa (falsa) impressão virou pó.

Os números não me deixam mentir: Alonso marcou 183 pontos, Stroll conseguiu 47. Com o AMR23, Alonso 7 pódios – sendo três segundos lugares – e Stroll nenhum. O canadense pode ser ultrapassado por Pierre Gasly e Esteban Ocon no Grande Prêmio dos Estados Unidos. Detalhe: ambos os franceses são da Alpine, equipe com um carro reconhecidamente inferior ao da Aston Martin. É absurdo. Ninguém pediu que ele pilotasse no mesmo nível de Dom Fernando – só o agora tricampeão Max Verstappen e Lewis Hamilton são capazes de tal tacanha. Mas é exigir muito uma performance decente?

Venham quem vier, é outra história. Seja Felipe Drugovich ou qualquer outro piloto. Não torço por ninguém na hora de fazer análise. É claro que Drugovich é uma ótima opção: é talentoso, ganhou um campeonato de F2 e é da casa. Porém, a minha bronca com Stroll não é por ele ocupar uma vaga que seria de ‘’um dos nossos’’, e sim por ele ter se mostrado aquém do exigido para um piloto de F1. Há vida fora dela, e vida boa. Não seria o fim do mundo mudar de categoria.

E por que se falou na saída de Lance Stroll da F1? A imprensa especializada repercutiu o rumor de que Lawrence Stroll, pai do piloto e dono da equipe, está disposto a vender a Aston Martin e sair da categoria após o fraco desempenho do filho. Faz sentido. Mais do que ninguém, ele saber das limitações visíveis de Lance. É complicado falar isso, não gostaria de estar na pele de ambos, mas a realidade inescapável é essa. Além do fator supracitado, a F1 virou um negócio altamente lucrativo. Vender uma das dez equipes significa colocar as mãos numa verdadeira fortuna. Unindo o útil ao agradável, Lawrence faria um ótimo negócio.

O leitor tira as conclusões que achar conveniente. Se morrer de pena – ou de amores – por Stroll e considerar uma grossa sacanagem a fritura dele, vá em frente. A beleza da liberdade de expressão é essa – ainda que certas autoridades odeiem tal direito. Minha opinião sobre o canadense continua a mesma: piloto de nível mediano para ruim. Conseguiu uma pole em 2020 na Turquia, beliscou uns pódios, mas continua o mesmo. Ou até pior. Então, já deu de Lance Stroll na F1. Bom para ele e para todo mundo que seja o fim dessa errática linha.

 

Foto: Reprodução – Terra/ Aston Martin/ Grande Prêmio

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