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Automobilismo

Um dia após 29 anos atrás…

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O primeiro de maio nunca é um dia qualquer. Comemora-se o dia do trabalho, protesta-se no mundo inteiro por melhores condições para os trabalhadores. Porém, a data marca um luto insuperável no esporte. Em um 1º de maio de 1994, Ayrton Senna da Silva nos deixava após um acidente no GP de San Marino.

Falar sobre o piloto Senna é chover no molhado. O homem e pessoa não me compete, pois nem nascido eu era quando ele morreu. Julgo muita pretensão – para não dizer desonestidade pura – alguém que nunca conviveu com Ayrton emitir opiniões definitivas a respeito do seu caráter.

Por isso mesmo resolvi não escrever nada no dia de ontem. Preferi ler o que os outros jornalistas e produtores de conteúdo escreveram ou falaram a respeito. Confesso ter sentido um desconforto com textos pretensiosos a ´´desmistificar o mito´´ ou coisas do tipo. É fato que Senna é quase uma espécie de Deus no Brasil, inatacável para muitos e tal. Mas os sociólogos da F1 poderiam arranjar outra coisa para fazer. Essa de espinafrar os fãs utilizando conceitos bem questionáveis para logo em seguida blindar de críticas pilotos contemporâneos não é algo muito honesto.

O que sei é que o vazio deixado pela morte de Ayrton Senna no imaginário nacional é um fato. Não há necessidade de teorias complexas ou a mera pose de intelectual para atestar isso. Ele era o melhor piloto da época, ganhava muito e levantava a bandeira brasileira quando chegava no alto do pódio. A admiração por parte dos brasileiros seria completamente natural.

O Senna tricampeão, vencedor e um dos melhores da história continua vivo na memória dos fãs do automobilismo. Ponto. Eu mesmo tive em Senna uma grande referência para começar a amar esse esporte. Reproduzo aqui alguns trechos do meu texto Um garoto e o caderno do ídolo: memórias de um fã nos 63 anos de Ayrton Senna que fiz no dia do seu aniversário.

 

Pois bem, até que um certo dia eu passei na porta de uma papelaria próxima da minha escola e vi algo a chamar a minha atenção. Era um caderno de 12 matérias com a capa de Ayrton Senna. Custava uns vinte reais. Guardei dinheiro da merenda por uma semana para comprar o bendito caderno, rezando para ninguém fazer isso antes de mim. Até falei com a dona do local para reservar.

E assim foi. Uma semana depois, lá estava eu com os vinte reais para buscar meu caderno na maior felicidade do mundo. Tinha a foto do meu ídolo, do piloto que eu nunca vi correr ao vivo e em cores, mas admirava um bocado, sabia de cabeça as estatísticas da sua carreira e o que ele fez nas grandes corridas. É uma das melhores lembranças da minha infância.

O tempo passou, acabei perdendo o bendito caderno, mas a paixão pelo esporte a motor e a admiração por Ayrton Senna nunca foram embora. Muito pelo contrário. Daquela criança que se encantou pelo caderno do ídolo, virei um homem feito que continua acompanhando a F1. Vi o ídolo Vettel vencer quatro títulos mundiais, a consagração do gênio Lewis Hamilton com seu heptacampeonato e o surgimento do talentoso Max Verstappen. Quanta coisa desde aquele 2011, não?

Quem ama o automobilismo sabe admirar os grandes campeões. Reconhecer o talento alheio é modus operandi dos verdadeiros apaixonados pelo esporte. Mas é diferente para o brasileiro quando o assunto é Ayrton Senna. Ainda que exista certos exageros no seu julgamento, não dá para negar o quilate desse gênio. Amado por muitos, ídolo de uma nação, referência perpétua.

 

O que mais posso acrescentar nessa biografia pronta e acabada? Nada mais. Fica a homenagem ao ídolo eterno, pois ele nunca sairá das nossas mentes – mesmo 29 anos após a sua morte.

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