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Fórmula 1

Signore Lewis Hamilton

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Durante os inúmeros capítulos da exitosa – e ainda inconclusa – carreira de Lewis Hamilton, sempre se perguntou o que ele faria depois de quebrar os recordes da categoria pertencentes a Michael Schumacher. Aposentadoria? Nenhum sinal de declínio da sua pilotagem ou vontade pessoal foi dado. Ficar na Mercedes e continuar nela até o final? Era a possibilidade mais previsível. Porém, outra rondava os caminhos do heptacampeão: correr na Ferrari.

E será precisamente isto que acontecerá: Hamilton será piloto da Ferrari a partir de 2025. O primeiro anúncio foi da Mercedes, sinalizando o fim da parceria mais bem-sucedida da história da Fórmula 1 após 11 anos do seu início. Logo depois, foi a vez do time de Maranello anunciar a chegada do britânico. Na hora marcada – 16h por aqui –, dada como certa pelos principais veículos de comunicação especializados em automobilismo.

Pois bem, o fato está aí. E os significados? Quais as nuances da maior bomba dos últimos tempos do automobilismo mundial? São inúmeros.

Hamilton chega para correr na maior equipe da história. A Ferrari é inigualável. É o ápice de qualquer piloto guiar o carro vermelho com o cavalinho rampante. É a única escuderia a ter torcida nos quatro cantos do planeta, fãs sempre fiéis a mostrar orgulhosamente para quem torcem. Não se pode mensurar a grandeza do time de Maranello, mas dá para ter uma ideia. Lewis sabe disso, e depois de tantas conquistas, pode se dar ao luxo de buscar novas aventuras em tal fase da carreira. É um heptacampeão, dono dos principais recordes da F1, não tem mais o que provar. Se a parceria não der certo, ele continuará portador de uma carreira digna de inveja e respeito.

Caso a Ferrari consiga superar o histórico recente de erros grotescos e entregue uma máquina competitiva, terá o cara certo para voltar ao topo. Para Hamilton, seria a cereja do bolo, a última dança perfeita. Lendas das pistas como Alain Prost, Fernando Alonso e Sebastian Vettel chegaram em Maranello com a missão de vencer o campeonato mundial e adicionarem mais troféus em suas carreiras – ou mesmo de tirar o time da fila. Falharam miseravelmente. Apenas Michael Schumacher conseguiu tal façanha, com muita luta e depois de ganhar corridas em carros ruins. Depois do bicampeonato com a Benetton, encarou o desafio mais difícil que um piloto de F1 pode ter. E superou. Se Lewis for exitoso por lá, não haverá dúvidas acerca de quem será o maior de todos os tempos.

A decisão pegou todo mundo de surpresa, mas os sinais de que a relação com a Mercedes azedou estavam claros. Dentre todos eles, a renovação de contrato foi o principal fator para motivar tal mudança. Hamilton está no auge, não dá o menor sinal de perder o gás e continua pilotando em altíssimo nível. Sempre deixou claro o desejo de continuar por muito tempo na F1. O time alemão ofereceu apenas mais duas temporadas ao renovar com ele. Inacreditável.

Além disso, todos viram como a Mercedes não se encontrou no novo regulamento. Em 2022, um tenebroso W13 a sofrer com o porpoising sem entregar performance. No ano passado, os quiques foram resolvidos, mas a falta de competitividade permaneceu. Some-se isso ao fato de Hamilton não ter tido a sua opinião levada em conta na construção desses carros – fato revelado por ele mesmo. A falta de perspectivas no time alemão certamente desanimou Lewis.

Como as coisas se darão após a sua ida para a Ferrari constitui uma grande incógnita. A equipe começou bem no novo regulamento, mas após a famosa diretiva da FIA acerca do porpoising a queda de desempenho foi nítida. Tanto o F1-75 quanto o SF-23 sofreram enormemente com o desgaste de pneus, comprometendo o gerenciamento de corrida. Fala-se em mais investimentos financeiros para os próximos anos, a fila que começou em 2007 incomoda, então falta de empenho não será problema.

De um jeito ou de outro, Lewis Hamilton fará história na Ferrari. A sua simples presença na maior equipe do automobilismo mundial já é um fato para se guardar em livros e na memória dos fãs que poderão testemunhar tal ato. Será o segundo heptacampeão a guiar o carro vermelho do cavalinho rampante, mas com chance nada desprezível de ultrapassar o antecessor e virar de vez o maior campeão da história. Signore Lewis Hamilton terá história para fazer – e ele sabe como fazer.

 

Foto: Reprodução/ Bnews/ X @FabrizioRomano

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