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Fórmula 1

Segunda Bandeirada #03: Hamilton por mais dois anos na Mercedes

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Depois de muito mistério, boatos no paddock e uma especulação de transferência para a Ferrari, foi anunciada a renovação de contrato de Lewis Hamilton com a Mercedes. Até 2025, o heptacampeão continuará nas flechas prateadas, parceria que começou em 2013 e é a mais bem-sucedida da história da Fórmula 1. Demorou, teve muito suspense envolvido na história, mas foi.

Algumas coisas chamam atenção neste fato, e vamos comentar uma por uma neste artigo. A primeira delas é o tempo de contrato. Hamilton assinou por mais duas temporadas e terá 40 anos ao fim do novo contrato. As mudanças aerodinâmicas e no motor dos carros está prevista para 2026, um ano após. É um quadro complicado, pois dificilmente a Mercedes terá carro para bater de frente com a Red Bull e Max Verstappen até lá.

Vale lembrar também que Lewis está em plena forma, não dá o menor sinal de decadência técnica ou física e continua pilotando em altíssimo nível. O desejo de conquistar o oitavo título mundial certamente o persegue e é estranho que a Mercedes não ofereça um contrato mais longo a ele. Hamilton é o melhor piloto do grid atual, junto com Verstappen e Alonso. Qualquer equipe moveria mundos e fundos para contar com os seus serviços. Se o time alemão optou por um contrato mais curto, deve ter seus motivos. O heptacampeão não é mais um garoto, porém, Alonso continua guiando o fino na Aston Martin do alto dos seus 42 anos. Por que Hamilton não faria o mesmo?

A Mercedes não se encontrou neste regulamento atual. Com o retorno do efeito solo e outras mudanças aerodinâmicas, a equipe alemã entregou um problemático W13 e um não menos ruim W14. Ambos comeram uma poeira danada para a Red Bull, que deu a Max Verstappen a oportunidade de dinamitar a concorrência. Hamilton parece ter perdido a paciência nessa temporada: cutucou o rival holandês, fez o mesmo com os ex-companheiros do seu antagonista e disse não ter sido ouvido pela equipe na construção do carro para 2023. É um tanto absurdo pensar que um dos maiores pilotos de todos os tempos foi ignorado pelo próprio time em um momento tão decisivo.

Como se vê, a única variável existente na equação para Hamilton voltar aos dias de glória é o trabalho da Mercedes. Talento e performance em alto nível nunca faltaram. Entreguem um carro bom em suas mãos e ele voltará ao topo.

Ainda há quem conteste a qualidade de Lewis Hamilton. Fico me perguntando o que o piloto que ganhou mais campeonatos, venceu mais corridas, cravou mais poles, subiu mais vezes ao pódio e marcou mais pontos precisa fazer para ser reconhecido. Se teve o melhor carro nos seus títulos, a maioria esmagadora dos outros campeões também teve. Vale lembrar que em 2018 a Ferrari começou com o melhor carro e teve condições de brigar até o final, mas Hamilton prevaleceu e foi campeão em uma das suas melhores temporadas da carreira.

Ele não é perfeito, tem suas falhas e comete erros. É um ser humano como qualquer um de nós. Jogou no lixo o campeonato de 2007 ao bater na entrada dos boxes em Xangai e falhar duas vezes na decisão em Interlagos. Mas foram erros pontuais. Lembrar da sua carreira por isso e esquecer da regularidade absurda demonstrada nos anos dourados de títulos é mais do que injusto. É desconhecer a natureza do esporte e dos gênios que o fazem.

O seu legado já está garantido, é obra praticamente concluída. Se quisesse parar hoje, Hamilton já sairia gigante. É um heptacampeão. Não tive o prazer de acompanhar Michael Schumacher no auge, ganhando tudo e dinamitando recordes até então imbatíveis. Mas vi Lewis Hamilton fazer o mesmo, quando muita gente desacreditou da sua escolha pela Mercedes em 2013, condenando a sua carreira a um marasmo similar ao vivido por ele nos anos finais de McLaren.

Hoje, 11 de setembro de 2023, ele tem a sua história escrita. Venceu mais seis títulos mundiais. Construiu uma carreira invejável e virou inspiração de muitos que querem seguir os trilhos do automobilismo. A equipe que possibilitou tal façanha renova com ele por mais duas temporadas. Teremos Lewis Hamilton na ativa até pelo menos 2025. Aproveitem.

 

Foto: Reprodução/ Lance!/ Martin KEEP / AFP

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