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Automobilismo

Perez, o rei de Jeddah – e dos circuitos de rua

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O esporte do imponderável quase sempre é o mesmo da lógica. Assim é o automobilismo: vence quem tem o melhor carro e larga mais próximo da dianteira. Piloto bom sem carro bom não ganha – o contrário é verdadeiro.

Em Jeddah, deu a lógica. Sergio Perez tem o melhor do grid, fez a pole e venceu sem sustos. Esperava-se uma remontada de Max Verstappen, mas seria difícil vencer largando em P15 em um circuito como esse. A segunda colocação foi um excelente resultado para as circunstâncias da corrida, digna do grande campeão que o holandês é.

Perez perdeu a dianteira na largada para Fernando Alonso. O espanhol fez o que podia fazer: tomou a ponta, imprimiu um bom ritmo e defendei bem a liderança enquanto teve condições para tal. Mas a diferença de carros entre Red Bull e Aston Martin é considerável. O mexicano teve calma, sabendo ter uma máquina melhor em mãos, e fez a ultrapassagem. Reassumiu a ponta para não perder mais.

Quem seria seu maior adversário na Fórmula RBR? Max Verstappen, óbvio. O bicampeão escalou o grid, fez boas ultrapassagens e chegou a imprimir um ritmo suficiente para buscar a vitória, mas um problema no mesmo lugar atestado no qualy fez com que ele abandonasse os planos de lutar pela corrida e trazer o carro para casa. Fez certo. Sem condições de brigar pela ponta, garantir os pontos e manter a dianteira no campeonato era o correto.

No fim, Checo conquistou a primeira vitória no ano, quinta na carreira. Mais uma em circuito de rua: em 2021 venceu no Azerbaijão, e em 2022 triunfou nas ruas travadas de Mônaco e Singapura. Foi a vez da veloz Arábia Saudita. É impressionante como Perez anda bem nas pistas de rua.

 

O que dizer para Alonso?

 

Não há o que contestar das punições aplicadas a Fernando Alonso pela letra fria da lei. Ele parou o carro de maneira equivocada no colchete da largada, pagou equivocadamente e recebeu 10s de punição ao final da corrida. Esteban Ocon sofreu o mesmo no Bahrein. Portanto, tal procedimento não constitui novidade alguma.

Mas a maneira como os comissários conduziram a coisa é deveras questionável. Alonso para, imagina ter pago os 5s de punição e faz sua corrida de maneira tranquila, sem acelerar tudo o que podia. Só no final da corrida, quando o engenheiro de George Russell fala ao britânico para pisar fundo para ganhar a posição do espanhol é que a FIA informa a investigação do incidente.

Da parada de Alonso até a bandeirada final, passaram-se voltas suficientes para análise e tomada de decisão rápidas do incidente. Mas não. Alonso foi ao pódio, estourou champagne e ficou feliz da vida para absolutamente nada. Russell herdou a vaga no pódio, mas a FIA conseguiu ser o centro das atenções – e reclamações – novamente. É ridículo.

 

Outros destaques da corrida

 

A Mercedes fez uma corrida digna para as possibilidades oferecidas pelo errático W14. Pódio inesperado, é verdade, mas importante. Russell levou as flechas prateadas a uma posição irreal para o que foi demonstrado até agora. Já Lewis Hamilton teve outra atuação apagada e continua nessa interminável maré negativa. O heptacampeão parece desmotivado, sem alegria para continuar correndo. É triste.

Já a Ferrari foi mais do mesmo. Os mais iludidos ferraristas que achavam ser Binotto o problema da equipe já devem ter mudado de ideia. O carro continua sendo o corriqueiro roedor de pneus, mas aparenta ser menos veloz que o do ano passado. Julgar Carlos Sainz ou Charles Leclerc por algo que escapa das suas possibilidades parece uma injustiça. E é mesmo: ambos não tiveram a menor possibilidade de brigar pelo pódio.

No mais, a Alpine mostrou uma evolução, a AlphaTauri continua andando para trás – quem achava De Vries um gênio está acordando – e a Williams deixará o último lugar do grid. A Alfa Romeo continua um carro bem meia boca e a Haas firmou lugar no meio do pelotão. Destaque negativo para a McLaren, que tem uma boa dupla de pilotos, mas entregou uma máquina muito ruim para ambos. Lando Norris e Oscar Piastri não fazem milagres, mesmo com o talento absurdo dos dois.

A Fórmula 1 volta em duas semanas em Melbourne, Austrália.

 

P.S: A FIA consegue o inimaginável. O texto foi ao ar com a punição de Fernando Alonso sendo aplicada, mas a entidade voltou atrás e manteve o pódio do espanhol. É simplesmente inacreditável a bagunça que a entidade consegue proporcionar ao maior campeonato do esporte a motor. Inacreditável e ridículo.

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