Entre em contato conosco

Automobilismo

O que os testes no Bahrein podem indicar

Publicado:

em

Bahrein

Depois de tanto tempo parado, o mundo da Fórmula 1 voltou a dar o ar da graça no Bahrein para os testes de pré-temporada. É o momento para a coleta da maior quantidade possível de dados destes carros novos – ainda que nem tão novos assim com a continuidade do regulamento. Os tempos não importam tanto.

Porém, algumas coisas podem ser decifradas. Aquela história de equipe tal estar escondendo o jogo é praticamente impossível com o teto de gastos em vigor. Quem começar mal não terá tantas possibilidades para uma virada no decorrer do ano, coisa que as equipes mais ricas costumavam fazer em situações do tipo. O contrário também é verdadeiro: quem iniciar muito forte a temporada pode se dar ao luxo de explorar conceitos e ideias sem mudanças radicais.

Os melhores tempos nos dois dias foram da Red Bull, seja com Max Verstappen ou Sergio Perez. E pelo que se viu até aqui, os taurinos largam com uma vantagem nada desprezível em relação aos concorrentes. Carro veloz, muito equilibrado e com potencial para evoluir ainda mais. Não por acaso alguns portais colocam o RB19 com uma vantagem de dois a quatro décimos para o SF-23, carro da Ferrari.

Ninguém é ingênuo – ou clubista – o bastante para negar a clara superioridade de Verstappen em relação a Perez. Se o RB19 for mesmo o foguete que parece ser, o caminho para o tricampeonato do holandês não deve ser dos mais complicados. Ele já passou pelo batismo de fogo da F1 ao vencer a peleja pelo título contra um heptacampeão com um carro tão bom quanto o seu. Ganhar com uma máquina melhor que as outras é uma tarefa bem mais fácil.

A segunda força do grid parece ser a Ferrari. Vice de pilotos e construtores, a escuderia passou por uma mudança de comanda com a saída de Mattia Binotto e a chegada de Frederic Vasseur. A perspectiva é de uma equipe mais assertiva nas estratégias e tomadas de decisão. Porém, o SF-23 dá a impressão de não ter potencial para acompanhar a Red Bull. É nítida a sensação do time de Maranello ter andado para trás. O consumo excessivo de pneus, calcanhar de Aquiles em 2022, parece continuar para esse ano.

Charles Leclerc e Carlos Sainz são pilotos com qualidades diferentes. O monegasco é claramente superior ao espanhol e já provou isso em inúmeras ocasiões. De qualquer forma, ambos compõem uma dupla competitiva, mas as chances de triunfo ferrarista em 2023 não são as maiores possíveis. Derrotar Max Verstappen e a Red Bull – melhores piloto e equipe no momento – parece coisa de ocasião, nada corriqueiro.

Na Mercedes, um misto de sensações. A dubiedade é evidenciada em declarações contraditórias de Lewis Hamilton, George Russell e o chefe Toto Wolff. Sim, o W14 parece melhor que o seu problemático antecessor. A flecha negra – antes utilizada em nome da luta antirracista, agora para ganho de desempenho na economia da pintura – também dá sinais disso. É um carro mais rápido se comparado ao W13, mas longe de estar no mesmo patamar das duas antagonistas do topo. A Mercedes dificilmente erra a mão nas atualizações, mas será preciso bem mais para colocar seus pilotos em posição de disputa.

Por fim, a Aston Martin. Sempre destaquei o potencial enorme do time britânico. Explico: a equipe tem muita grana e gente boa para fazer e desenvolver seu carro. Na F1, é uma combinação que dificilmente não dá certo. No caso do AM23, a coisa parece ir nesse caminho. Um carro equilibrado e com potencial para disputar pódios – quem sabe vitórias. Fernando Alonso fez a escolha certa após sair da Alpine e é sempre uma atração no grid, mas os brasileiros voltam suas atenções para o piloto reserva do time, Felipe Drugovich. Ele pode ter a chance da vida ao estrear no Bahrein.

E as outras equipes? Bom, aí que mora a dúvida. Alpine, Haas, McLaren, AlphaTauri, Alfa Romeo e Williams são verdadeiras incógnitas, e os testes não deram boas indicações a respeito de seus respectivos potenciais. No caso da McLaren foi o pior: o carro deu problema nos freios – situação já recorrente. O time britânico é sério candidato a fazer figuração nos últimos lugares.

Todas essas indicações dependem do crivo dado pela corrida. Quando a coisa for para valer, aí sim iremos saber quem é quem. No mais, são pistas valiosas.

Compartilhe esta publicação
Clique para Comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.