WEC
Domínio da Porsche no Qatar
E chegou o dia da primeira etapa do FIA WEC 2024. Neste sábado, o Circuito Internacional de Lusail, em Doha, recebeu os 1.812km do Qatar. E junto com este dia, tão esperado pelos amantes das corridas de longa duração, chegou também a primeira vitória da Porsche Penske no Mundial de Endurance.
A CORRIDA
As agitações na corrida começaram logo na largada, onde os 19 Hypercars se espalharam por toda a reta de mais de um quilômetro. Logo na primeira curva houve confusão, onde o Cadillac #2 acabou se enroscando com o Peugeot #94, e este por sua vez rodou. Logo atrás vinha o pelotão dos 18 carros da LMGT3, onde também rolou confusão, que acabou sobrando para o brasileiro Nicolas Costa na McLaren #59, que recebeu um toque da Lamborghini #85 de Sarah Bovy e foi parar na brita. Ele teve que recolher aos boxes para reparos e a equipe ficou dez voltas atrás dos líderes. A United Autosports se esforçou ao máximo e colocou o carro novamente na pista, com Nicolas inclusive, cravando a volta mais rápida na primeira parte da corrida.
UM BATALHÃO DE PORSCHES E UM PEUGEOT
Nico Muller e seu Peugeot #93 começaram cedo a escalada do pelotão, chegando a assumir a liderança depois de uma linda ultrapassagem por fora na curva um, em cima de Miguel Molina, da Ferrari #50. Aproveitando da superfície lisa e suave do asfalto de Lusail, liderou uma grande parte da prova, deixando os Porsches enfileirados atrás dele. Infelizmente, na penúltima volta, o carro ficou sem combustível e terminou a prova se arrastando na sétima colocação. Quebrou o coração do fã da Peugeot.
Laurens Vanthoor com o Porsche Penske #6 assumiu a ponta da corrida após disputar algumas voltas com Nico Muller, levando o time de Roger Penske à sua primeira vitória no WEC, tendo ocupado a primeira posição praticamente a corrida toda. Uma performance excepcional de Vanthoor e seus companheiros Kévin Estre e André Lotterer.
Mas nem tudo foi tranquilo para o time do carro #6. Faltando poucas voltas para o fim, Kévin Estre teve que entrar no pit stop para repor o número, isso mesmo, após um contato com um Lexus, a lateral do protótipo foi danificada e teve seu número de identificação arrancado. Mas deu tudo certo e a equipe conseguiu manter uma boa vantagem para selar a vitória.
Os Toyotas, como já esperado, sofreram com o BoP (Balance of Performance), e mesmo com momentos de brilho dos seus pilotos, não conseguiram subir tanto na classificação geral e acabaram em P6 com o carro #7 e P10 com o carro #8.
As Ferraris de fábrica sofreram não só com a falta de performance, mas também com penalidades por erros bobos de seus pilotos, e assim viram o protótipo #83 da AF Corse estrear à frente dos carros de fábrica.
A Cadillac teve problemas depois de um toque da largada, e pit stops mais longos tiraram a equipe americana da disputa pelas primeiras colocações. Mas ainda assim, terminaram a prova em P4, beneficiados pelo problema da Peugeot no fim.
As estreantes BMW, Alpine, Lamborghini e Isotta, também como o esperado, não tiveram a melhor das estreias. Tudo normal. Ainda assim, a Alpine conseguiu beliscar um top-10 com o carro #35.
LMGT3
O mesmo volume de disputas na categoria se equiparou a quantidade de penalizações. Os Corvettes não conseguiram manter o desempenho da classificação e caíram muito na tabela, considerando drive throughs que tiveram de pagar. O carro #81 foi o único carro da classe a abandonar a prova.
A Porsche assumiu a ponta com o carro #92 e não largou mais. A disputa foi acirrada com o Aston Martin da Heart Of Racing do começo ao fim, mas o modelo alemão levou a melhor. Esse trio promete para o ano.
Ao contrário dos hypercars, as BMW M4 mostraram o seu poder durante a corrida. Em stints incríveis, os carros da gigante alemã, geridos pela belga WRT, escalaram a tabela e terminaram com o P4 para o carro #46 de Valentino Rossi, Maxime Martin e Ahmad Al Harthy. O carro #31 de Augusto Farfus, Sean Gelael e Darren Leung terminou em um honroso P6.
ÍMOLA É LOGO ALI
A Qatar 1812KM chega ao fim e o que ficou claro foi que os novatos vão precisar de um pouco mais de tempo para encostar nas montadoras que já estavam em 2023. O BoP (Balance of Performance) parece funcionar melhor e o ano de 2024 promete ser incrível.
Outro ponto positivo que todos tiraram dessa primeira etapa é a confiabilidade dos carros. Houve apenas duas desistências, Isotta Fraschini nos Hypercar e o Corvette #81 da TF Sport nos LMGT3.
Agora é recolher tudo e esperar por Ímola, que já está chegando. Aliás, controlar o trânsito lá vai ser fator determinante, mas isso iremos abordar mais para frente.
Foto: Photo Marius Hecker/DPPI