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Fórmula 1

Segunda Bandeirada #05: A nova estrela da Fórmula 1

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Chegar na Fórmula 1 é tarefa que exige um alinhamento perfeito dos astros. Alguns conquistam pelo talento puro, outros pagam por isso e têm aqueles que caem de paraquedas na categoria mais popular do automobilismo mundial. É fácil reconhecer quem está no grid por ser bom e quem só faz número por trazer números importantes a sua equipe.

Quando a McLaren encarou uma briga de foice com a Alpine por Oscar Piastri, sabíamos que se tratava de um talento puro. Afinal, ele venceu os campeonatos da F3 e F2 como rookie em ambos. Tal façanha não é para qualquer um. Os franceses não conseguiram um assento para ele em 2022, e quando pensaram na possibilidade de colocá-lo como substituto de Fernando Alonso, já era tarde. Ele tinha um acordo com o time britânico.

Piastri faz sua temporada de estreia na F1 e está justificando o esforço da McLaren. Ótimas performances, boas posições de chegada e um desempenho que chama atenção. Pois bem, no Grande Prêmio do Japão, ele conquistou o seu primeiro pódio. E, pelo jeito, não será o único. Para quem não tem um carro para vencer, chegar entre os três é quase isso.

A corrida em si ofereceu boas disputas, mas nada de especial ou extraordinário. Quem optou por dormir e esperar pelo VT não fez má escolha. Se a corrida do ano passado foi puro suco de caos com o dilúvio que caiu em Suzuka, o GP deste ano foi disputado sob sol forte e um calor que fez sofrer a borracha dos pneus Pirelli. O asfalto estava muito quente, o desgaste nas alturas e o undercut seria fundamental na conquista de uma boa posição de pista.

As duas McLaren largaram ao lado de Max Verstappen, senhor absoluto do campeonato. Até o diabo treme quando o introspectivo holandês veste o macacão e senta no cockpit do seu RB19. Guia como poucos, não comete erros e dá pouquíssima margem aos concorrentes – seja lá quem for. Se ele não é um mister simpatia, não demonstra espalhafatosamente as suas emoções e odeia o disse-me-disse da imprensa especializada, bom, é questão de gosto pessoal. Na pista, Verstappen faz o dele e caminha – ou melhor, corre – para ser um dos maiores de todos os tempos. Gostem do cara ou não.

Pois bem, com um carro sem chances de vitória, coube ao time laranja rumar em busca do pódio. A McLaren foi além disso: conquistou um pódio duplo. A última vez que os papaias conseguiram tal façanha foi no histórico GP da Itália de 2021, quando Daniel Ricciardo e Lando Norris comandaram uma dobradinha improvável – aquela vitória do simpático australiano foi emoção pura. Coube ao mesmo Norris repetir a segunda colocação ao lado de outro australiano, mas o felizardo da vez é Oscar Piastri.

E ele guiou muito. Aquela ultrapassagem por fora na primeira curva em cima de George Russel foi arte pura. O britânico da Mercedes sofria com o desgaste de pneus, fato. Mas para quem não aliviou a barra nem do companheiro, imagine facilitar a vida de um rival na briga pelo pódio. Piastri demonstrou talento e muita coragem na manobra, além do arrojo típico dos grandes pilotos.

Foi um final de semana para ficar na memória desse garoto introspectivo. Ele foi segundo no treino classificatório, largou na frente do badalado Norris. Desafiar um piloto talentoso como o jovem britânico em uma equipe também britânica é coisa de quem não veio para fazer número na F1. Capacidade não faltava para Ricciardo fazer o mesmo, e o resultado é conhecido de todos: um sonoro vareio em duas temporadas. Agora a conversa é outra e o sarrafo subiu. Norris não enfrenta mais um Sainz com a cabeça na Ferrari ou um Ricciardo em severa crise técnica e sem confiança. O duelo é contra um tão ou mais talentoso Piastri, cuja capacidade total ainda é desconhecida.

Porém, o que vimos até aqui é bastante promissor. Se ele será campeão mundial, próximo desafiante de Lewis Hamilton ou Max Verstappen, não podemos saber. Certo mesmo é o talento desse garoto, que começou guiando um carro ruim e que a equipe soube trabalhar para oferecer uma máquina melhor. Os resultados apareceram. Piastri é a sensação da F1 em 2023. Uma grata surpresa? Para quem o acompanha desde a base, seu bom desempenho pode ser tudo, menos surpresa.

 

Foto: Reprodução/ Twitter/ Fórmula 1/ McLaren

 

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