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Automobilismo

Um belo capítulo escrito em Austin

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Max Verstappen venceu o Grande Prêmio dos Estados Unidos. Um triunfo do holandês na Fórmula 1 já deixou de ser novidade há tempos. Afinal, ele é o sexto maior vencedor da história, contabilizou a 13 vitória na temporada – empatando com Michael Schumacher e Sebastian Vettel no recorde de mais corridas vencidas na mesma temporada – e vem mostrando um talento absurdo.

Mas a corrida no ótimo circuito de Austin – é uma opinião impopular, mas eu amo essa pista – não foi um evento qualquer. Em meio aos rumores da quebra do teto orçamentário feita pela Red Bull, a equipe e o mundo do automobilismo foram surpreendidos pela morte de Dietrich Mateschitz, dono e fundador da empresa austríaca, aos 78 anos. A notícia gerou uma comoção enorme no paddock, pois vários pilotos do grid atual devem suas carreiras à academia de pilotos da Red Bull – e consequentemente ao sr. Mateschitz.

Isso sem falar no apoio da Red Bull aos demais esportes nos quais a marca está presente. Não é exagero utilizar o termo ‘’revolução’’ para descrever o que a empresa austríaca fez no marketing ao adentrar na seara esportiva. Na F1, então… Uma equipe vencedora que revelou pilotos como Sebastian Vettel e Max Verstappen não é qualquer uma.

Vencer em Austin seria especial para Verstappen. E ele demonstrou a gana habitual ao tomar a dianteira logo na largada. Carlos Sainz, que largava na pole, foi espremido pelas duas Mercedes e tocado por George Russell. O piloto britânico tomou 5s de punição – ao meu ver, uma decisão correta. Sérgio Perez tocou na Alfa Romeo de Valtteri Bottas e teve parte da asa dianteira danificada. Enfim, foi uma largada bem movimentada.

A corrida teve duas entradas do Safety Car. A primeira foi provocada quando Bottas rodou na volta 18 e foi parar na brita, sem a menor possibilidade de sair sem ajuda externa. Logo após a saída do primeiro SC, aconteceu o acidente entre Lance Stroll e Fernando Alonso. O canadense da Aston Martin mudou de direção quando o bicampeão iria realizar a ultrapassagem – algo terminantemente proibido e muito perigoso. A Alpine do espanhol chegou a voar antes de bater no muro. Uma pancada forte. Vale lembrar que ambos serão companheiros de equipes na escuderia britânica em 2022.

Nada disso parecia mudar a tônica da corrida: Verstappen tranquilo na dianteira, Hamilton seguro na segunda posição e uma briga interessante Leclerc e Perez pelo pódio. Até que o imponderável aconteceu: erro crasso da Red Bull. No segundo pit stop do bicampeão, um defeito na pistola ocasionou incríveis 11s de parada. Ao sair do box, Verstappen perdeu posição para Hamilton e Leclerc tendo que andar vinte voltas com o composto médio – algo bem desafiador se for levada em consideração a abrasividade da pista em Austin.

Pois bem, Verstappen teve relativa dificuldade em ultrapassar Leclerc, mas fez isso a tempo de poder ir atrás de Hamilton. Ambos calçados com pneus de rodagem semelhante, mas enquanto o heptacampeão utilizava o composto duro, o bicampeão estava com o médio. O holandês deveria ter cabeça para acelerar na hora certa e gerenciar os pneus para não sofrer na reta final. E assim foi: com mais carro e um composto mais rápido, Verstappen ultrapassou Hamilton na volta 50. Vale uma nota para a mudança de direção do britânico no momento da ultrapassagem: Stroll fez a mesmíssima coisa e provocou um acidente. Inverta o nome dos envolvidos e o mundo acaba para parte da dita imprensa especializada.

Foi a maior chance de vitória para Hamilton na atual temporada. Ele pilotou no limite e fez tudo o que podia, mas o W13 é realmente um carro abaixo dos concorrentes RB18 e F1-75. Verstappen venceu com uma vantagem de 5s para o britânico da Mercedes. É uma diferença nada desprezível de equipamento, pois piloto por piloto já vimos o que acontece quando ambos têm carros parelhos. O incrível e inesquecível duelo de 2021 parece ter ficado na mente dos fãs, pois na atual temporada a situação é completamente diferente.

Uma corrida interessante, recheada de possibilidades e pilotos indo além das condições oferecidas pelos seus carros. No fim, o resultado foi a tônica da temporada: Max Verstappen no alto do ódio. Vitória que ajudou a Red Bull a conquistar o mundial de construtores no final de semana da morte de seu fundador. Sem dúvidas um capítulo para se guardar na memória dos fãs.

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