Entre em contato conosco

Automobilismo

Sobre de Vries e similares na F1

Publicado:

em

Poucos pilotos despertaram tanta expectativa ao chegarem na Fórmula 1 quanto Nyck de Vries. Os apressadinhos de plantão pintaram o holandês como talento absurdo, merecedor de uma chance há tempos e injustiçado pela Mercedes. Sim, eu vi alguém falar isso.

De Vries angariou a simpatia e a boa vontade do público pelos títulos da Fórmula 2 e da Fórmula E, além da boa exibição no Grande Prêmio da Itália de 2022 – ele chegou em nono com o pior carro do grid, o FW44 da Williams. Tais feitos credenciaram-no a uma das vagas da AlphaTauri para a atual temporada.

O que de Vries mostrou até aqui? Erros primários, performance aquém do esperado e uma verdadeira sova do companheiro Yuki Tsunoda. Surpresa? Não para quem já acompanhava a sua carreira e o pouco que ele demonstrou na F1 antes de assumir o assento no time B da Red Bull. Modéstia parte, nada do que vi uma grande descoberta.

Seu título na F2 foi disputado contra Nicholas Latifi – o que por si só já deixa um ar de dúvida na façanha – e guiando pela PREMA, a melhor equipe das categorias de base. Não teve o mesmo brilho dos títulos de George Russell, Charles Leclerc ou Oscar Piastri, que foram campeões em seus respectivos anos de estreia, ou o de Felipe Drugovich, que ganhou em uma equipe longe de ser a melhor do grid. Ele teve seus méritos, mas nada de encher os olhos.

Na FE, de Vries foi campeão em uma temporada atípica e com muita gente destacando manobras bem questionáveis do holandês nas disputas daquele ano. Não apenas em 2021: Pascal Wehrlein cuspiu maribondos após os dois se envolverem em um acidente no ePrix da Coreia do Sul. É somente um exemplo, certo. Mas dá uma noção de como de Vries é um piloto sujeito a raios e trovoadas. Chamá-lo de sujo seria um grosso exagero e não é do meu feitio tachar qualquer piloto com tal adjetivo.

Fato é que de Vries foi bastante superestimado. E a corrida em Monza? Pois bem, a Williams é um carro com quase zero de pressão aerodinâmica que voa nas retas. Uma pista como Monza favorece generosamente as características do seu carro. Ele não poderia ter tido uma oportunidade melhor. Fez uma boa prova, chegou nos pontos, nada de extraordinário ou para chamar todas as atenções. Um piloto razoável faria o mesmo ou até melhor.

Já se fala quase abertamente em uma troca na AlphaTauri. A questão para o time italiano é quem por no lugar, mas a insatisfação com o pífio desempenho do holandês não é segredo algum. O carro é ruim, óbvio. Mas Tsunoda vem mostrando que um piloto minimamente qualificado pode extrair mais dessa máquina. Se o time B da RBR vai promover um jovem da base ou algum tarimbado de outras categorias, bom, isso é coisa que não dá para cravar até enxergamos um horizonte com tal possibilidade virando realidade.

Toda essa situação me faz lembrar de um tópico importante nessa equação: a chegada de pilotos sem o preparo necessário para a F1. Os que espinafram a categoria podem falar o que quiser e jogar pedras na mesma, mas ela continua sendo a elite do automobilismo mundial, o filé mignon do esporte a motor. A ‘’piada em termos de competição’’ atrai mais visibilidade que qualquer outra categoria jamais sonha em ter. Portanto, estar no grid é um privilégio imenso.

Além do supracitado de Vries, Logan Sargeant é outro que demonstra um despreparo absurdo para estar no grid. Abusa dos erros, performa mal e não dá sinais de evolução. Comparado com Alexander Albon, seu colega de time, a diferença é brutal. Não foram poucos aqueles que apontaram para a falta de cancha de Sargeant para assumir o cockpit da Williams. Mas o grid precisava tanto de um americano, não é mesmo? Colton Herta era um nome, mas o clubinho fechado despreza tanto a Indy que não rolou.

Que de Vries trate de arrumar resultados e de maneira rápida. Afinal, o grupo Red Bull não tem costuma ter uma paciência de Jó com seus pilotos, ainda mais se eles não entregam desempenho. Cabe ao holandês parar a mare negativa.

Foto: Reprodução/ Autoracing

Compartilhe esta publicação
Clique para Comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.