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Fórmula 1

Segunda Bandeirada #09: Oi, sumidos

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O título desta crônica parece meio absurdo. Afinal, os leitores e apaixonados pelo esporte a motor que acessam este site jamais sumiram. O autor destas linhas, esse sim, parece ter tomado chá de sumiço. E por um bom tempo.

Explico: fiquei internado por 17 dias, e quando finalmente voltei para casa, senti uma dificuldade tremenda para respirar. Dois dias depois e lá estava eu internado novamente – desta vez para uma retirada de secreção do pulmão. Estou internado há quatro semanas. Juntem esse tempo com o da internação anterior. Período considerável sem dar o ar da graça nesse território virtual. Tudo o que fazia da minha rotina uma vida normal sumiu. Inclusive essa coluna.

Num leito de UTI, quartinho fechado com televisão, pude assistir o GP de Las Vegas. Como todos os outros que aconteceram neste período que fiquei ausente, Max Verstappen foi o vencedor. Ele é uma máquina de pilotar, vencer e dinamitar recordes. Com as suas incríveis 19 vitórias na temporada, o holandês passou Alain Prost e Sebastian Vettel no ranking dos maiores vencedores da história, ocupando a terceira posição com 54 vitórias e atrás apenas de Michael Schumacher (91) e Lewis Hamilton (103). Alguém ainda duvida da sua capacidade de se tornar o maior? Eu mesmo não.

Um registro pessoal antes de continuar a falar de Fórmula 1, um registro pessoal: vi o GP de Las Vegas com um dreno no pulmão e uma dor na perna direita insuportável graças a um filtro de veia cava – tive trombose nas duas pernas e não podia tomar anticoagulante, daí o filtro para evitar uma embolia pulmonar. Todos os pacientes dormindo, as enfermeiras em seus respectivos descansos e eu madrugada adentro acompanhando uma das melhores corridas do ano. As disputas, ultrapassagens, entreveros de Verstappen com Russell e Leclerc e a ultrapassagem do monegasco para cima de Pérez valeram o sono perdido – sono que nunca tive nas madrugadas que passei internado.

Verstappen é material para uma quantidade bem maior de títulos e vitórias, mas, como se sabe, ele não dá a mínima para recordes ou marcas. Nem deveria. Afinal, ele é um tricampeão, estabeleceu em duas temporadas a maior hegemonia de um piloto na história, desbancou tantos gigantes que fizeram a F1 ser o que é. Sua missão na categoria está cumprida. Ele quer mais por gostar do que faz acima de qualquer coisa. Vai à caça do quarto título em 2024.

Os rivais já começaram a se mexer. A Mercedes promete um W15 totalmente diferente dos dois carros anteriores. Depois de inovar com o zeropod no W13 e manter o conceito no W14 – muito por conta da vitória em Interlagos de George Russell – com resultados decepcionantes, o time alemão vai tentar algo novo. Lewis Hamilton não tem muito a esperar, já que renovou com a equipe por dois anos e provavelmente irá se aposentar depois disso. Ele quer uma máquina que lhe permita brigar pelo tão sonhado octacampeonato. A conferir.

A Ferrari terminou o ano em alta com poles e performances consistentes da sua dupla de pilotos. Carlos Sainz foi o único sem ser taurino a vencer uma corrida – o GP de Singapura. O time de Maranello também promete um projeto de carro totalmente novo, mas uma coisa por si só já foi o suficiente para um bom desempenho ferrarista: a revogação daquela diretiva acerca da altura dos carros, que foi costurada por Toto Wolff na tentativa de barrar Verstappen e RBR. Aquilo fez o F1-75 e o SF-23 virarem trituradores de pneus. Bastou a diretiva desaparecer, a Ferrari teve boas corridas – tinha ritmo para vencer em Las Vegas. O 2024 pode ser promissor para os tifosi.

E, é claro, não se pode esquecer da McLaren. Após um início tenebroso, a equipe conseguiu uma evolução incrível e terminou em muitas corridas como a segunda força do grid. O ganho técnico com a chegada da fase europeia da F1 foi visível, e o time acumulou pódios no decorrer do ano. Além disso, conta com a dupla de pilotos mais promissora da categoria: Lando Norris e Oscar Piastri já mostraram que podem conquistar coisas maiores com carros melhores. A próxima temporada também promete para a McLaren.

Que 2024 seja uma temporada melhor que a passada. Que os apaixonados pelo esporte a motor sigam desfrutando esta categoria. E, não posso deixar passar batido, que este colunista tenha mais saúde para contar todos os capítulos do ato mais prestigiado do automobilismo mundial.

 

Imagem: Getty Images via Red Bull Content Pool

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