O’Sullivan vence na F2, estratégia e sorte foram fundamentais

Para além de mágico, correr em Mônaco é saber que a estratégia é o ponto chave da corrida. A primeira vitória de Zak O’Sullivan na Fórmula 2 foi pautada totalmente na leitura de corrida feita pelos engenheiros da ART GP.

Largada

Em 2023, Frederik Vesti venceu a prova largando de pneus macios, trocando na volta 22 e levando os super macios até o fim. Em 2024, grande parte do grid usou a mesma estratégia, incluindo  o vencedor.

Largaram com os super macios: Bortoleto, Fittipaldi, Bearman, Maloney, Cordeel, Crawford e Marti.

O pole position, Richard Verschoor fez uma boa largada, porém Victor Martins, que saiu da segunda posição, não engatou bem e caiu treze posições. O destaque da largada foi para Oliver Bearman, que ganhou cinco posições.

Gabriel Bortoleto, que largou em nono, conseguiu uma bela ultrapassagem no giro inicial em cima Dennis Hauger. Apesar de uma saída sem intervenção do Safety Car, um toque entre Maini e Crawford, tirou o piloto da Dams da prova.

O então líder do campeonato, Zane Maloney, também conseguiu largar bem, subindo duas posições, mas inicialmente não foi o suficiente para chegar na zona de pontuação.

Decorrer da corrida

Conforme o esperado, os pilotos com os pneus super macios iniciaram os trabalhos no pit stop. O primeiro deles, já na volta oito, foi Cordeel, porém o piloto vinha lento na pista com problemas na suspensão traseira e foi o segundo a deixar a prova.

Pepe Marti parou na volta 11, com os pneus macios, inicialmente desempenhou melhor, mas a parada do espanhol foi muito antecipada. Enquanto o novato da Campos tentava esquentar os pneus, uma briga se desenhava no pelotão da frente: Antonelli claramente tinha mais ritmo, mas não conseguia ultrapassar Colapinto.

Orientado por seu engenheiro, Gabriel Bortoleto ensaiava ataques em cima de Bearman, na tentativa de forçar o piloto da PREMA  a desgastar seus pneus. O segundo piloto a parar foi Zane Maloney, na volta 15, acompanhado pelo ex-companheiro de equipe, Enzo Fittipaldi.

Na volta 17, Bearman entra nos boxes, antecipando sua parada em relação a Bortoleto. Ele volta bem para a pista, ficando na frente de todos os que já haviam parado.  No giro 19, o brasileiro campeão da F3 faz sua troca de pneus, enquanto Verschoor reporta problemas na potência do seu carro.

Após a parada de Antonelli, ele disputou belamente com seu companheiro de equipe, mas acabou levando um “x” e ficando para trás.

O piloto é orientado a ir para os boxes, mas na sequência seu carro volta a performar bem, então o holandês segue na pista, pois uma troca naquele momento para super macios não era o ideal. Na volta 22, Paul Aron abre os trabalhos no pit para os pilotos que largaram com os compostos de faixa vermelha, repetindo a exata estratégia vencedora do ano anterior.

A briga entre Hadjar e Verschoor poderia ser decidida na parada, por isso a Campos chama o francês para a troca na volta 23 e apesar de ter sido um pit relativamente lento, a estratégia deu certo. A Trident chama o holandês na volta seguinte, mas seu carro seguia com problemas e não performava bem com os pneus de faixa roxa.

Ultrapassado por Hadjar e Aron, na volta 31 Verschoor é orientado a retornar para os boxes e abandonar a prova, No momento em que para no pit lane, o piloto que sonhou muito com essa vitória, jogou o volante para fora de seu carro, movimento que rendeu uma multa de 1.000 euros. Além disso, ele também levou 5 segundos de punição por cortar a chicane e ganhar vantagem.

Estratégia e sorte fazem de O’Sullivan um vencedor

Os rookies fizeram o nome nessa etapa. Depois da vitória de Taylor Barnard na corrida sprint, foi a vez de O’Sullivan triunfar na categoria. Alguns pilotos, entre eles a dupla da ART, Correa e Hauger, ousaram na decisão de permanecer na pista esperando por um safety car, que ainda não havia sido acionado na prova.

Com o fim se aproximando, os pilotos começaram a parar. Quando Juan Manuel Correa voltou em quarto, a estratégia foi desenhada como um sucesso. Durksen foi chamado para os boxes, logo após sua saída, ele bate em Maloney e abandona – esse toque resultou em 10 posições de punição para a próxima prova e 3 pontos na carteira – enquanto a pista está com bandeiras amarelas.

A ART chama O’Sullivan para os boxes, momentos depois, a direção de prova opta por um virtual safety car para a retirada do carro do paraguaio. Logo, era o que o britânico precisava para buscar sua primeira vitória na categoria, logo nas ruas de Mônaco.

Graças a essa estratégia ousada do time francês, Victor Martins, que perdeu muitas posições na largada, conseguiu terminar a prova na zona de pontuação.

E funcionou, ele conseguiu voltar em primeiro, vencendo Hadjar, que era líder da prova desde o abandono de Verschoor. O piloto francês descontou sua frustração no rádio, afinal com  a vitória, ele seria o líder do campeonato.

Mas, não foi o que aconteceu e após a quinta etapa, um rookie – que ainda não venceu- é o líder. Paul Aron, terceiro colocado na prova desse domingo (26), lidera a competição com 80 pontos, apenas dois a mais que Hadjar.

Maloney, líder desde o Bahrein, caiu para terceiro, com 69 pontos.

Assim ficou, em ordem, o top-10 da corrida: O’Sullivan, Hadjar, Aron, Bearman, Correa, Hauger, Antonelli, Bortoleto, Martins e Maloney.

Não terminaram a prova: Durksen, Verschoor, Villagomez, Cordeel e Crawford.

A Fórmula 2 retrona a ação entre os dias 21 e 23 de junho, no  GP da Espanha.